REVIEW: The Rapture - In the Grace of Your Love

Os The Rapture são uma das bandas chave da década passada no dance-punk. Foi com o seu primeiro álbum de estreia “Echoes” e com o bem conhecido “Pieces Of The People We Love” de 2006 que levaram a onda indie a mexer o pé nas pistas de dança. Músicas como “Don Gon Do It”, “Get Myself Into It” ou “No Sex For Ben” (que não faz parte de nenhum dos seus álbuns, foi criada propositadamente para figurar na banda sonora de um videojogo) fazem parte da parafernália do género indie/rock/electro/alternative/and so on… que definem os anos 00 e mais em particular os The Rapture.
Este ano com o lançamento de “In The Grace Of Your Love” em Setembro, a banda nova-iorquina está mais madura, mostra letras mais profundas, mais pensadas, mais controladas. O álbum abre com poderoso "Sail Away" cheio de pretensiosismos de uma grande canção, poderosa, daquelas que ninguém repara porque estão sempre a acabar os álbuns, digamos que se não fosse a voz de Luke Jenner, quase que poderia afirmar que se tratava de um novo single dos The Killers com as letras cheias de emoções e segundos finais da música a acabar em grande, cheia de sintetizadores. Toda esta grande comparação quase se confirma, não fossem aparecer uns sons de saxofone e umas brincadeiras finais. Em "Miss You" a coisa já é diferente, já temos um som que define muito aquilo que reconhecemos como The Rapture, música mais solta, cheia de palminhas e mais para entreter e começar a dançar em cima da mesa da sala, mas ao mesmo tempo tem um conotação mais pesada do que era normal. Segue-se com um ruidoso "Blue Birds", mais rock, deixando se ser por momentos a voz de Luke o maior destaque, mas sim a sua envolvência com o ritmo, as dedilhadas de guitarra, os pratos e o coro.
"Come Back To Me" tem um início traumatizante que me faz pensar que estou a ouvir as músicas dos bailaricos, mas quando nos conseguimos abstrair do som do acordeão (não me consigo lembrar de mais nada que faça aquele som hediondo) percebemos que a música afinal não tem mesmo nada que se aproveite. Já se percebeu que os The Rapture não queriam fazer duas músicas iguais neste álbum, mas esta não foi a escolha mais feliz. Só falta um remix fantástico a aparecer entretanto para figurar no Anual Mix que certamente irá surgir por altura do Natal...
A música que dá título ao álbum é uma lavagem de ouvidos depois da música anterior, isto sim são os The Rapture que se quer e gosta, com uma "In The Grace Of Your Love" dançável, com ritmo peganhento mas agradável, mantendo-se também o mesmo registo para "Never Die Again", onde se volta a ouvir o carismático som do saxofone e "Can You Find A Away?" que nos transporta para um lado mais psicótico. Aqui sim, já se nota a presença dos senhores que fizeram a "Get Myself Into It". "Roller Coaster" tem muito pouco do nome que lhe deram, acaba por ser uma canção um bocado monótona e até aborrecida e "Children" é tão o oposto que nos acabamos por perguntar se este pessoal estava todo sóbrio quando fez o álbum.
O clímax do álbum é atingido precisamente no single de apresentação do álbum, "How Deep Is Your Love?" (a ouvir em baixo), sendo também a melhor música deste registo e os The Rapture têm noção disso mesmo (caso contrário não a teriam metido mais para o fim do álbum). É a música que mais define aquilo que esperamos dos senhores de Nova-Iorque, é uma festa pegada do início ao fim, com o destaque para a voz do vocalista, as palminhas e o (lá está) som do saxofone que estamos sempre à espera de ouvir. Digamos que alguns álbuns têm a tendência para finalizar com uma música que parece apenas servir para avisar que aquilo a que está a assistir vai acabar e que o pessoal pode começar a enrolar os auscultadores. Pois, é para isso que "It Takes Time To Be A Man" serve.
Apenas há uma coisa que se tem de ter em conta quando se ouve The Rapture: eles são o que sempre foram e provavelmente o seu grande pico ficou nos anos 00.
6.5/10 

1 comments:

  1. rg disse...

    Talvez não seja o sitio indicado para fazer uma sugestão e desde já as minhas sinceras desculpas mas tinha de a fazer...
    Acabo de ouvir um album chamado de "Diabo" de um tal de "Stray" que me parece ser o album de hip-hop do ano. Download gratuito em:
    http://straymj.bandcamp.com/album/o-diabo

    Continuação do excelente trabalho que têm disponibilizado,

    rg

  2. Enviar um comentário