Fevereiro, um mês promissor

Fevereiro ameaça ser um mês em grande para os amantes da boa música. Neste mês vão passar grandes artistas pela capital, tanto a nível nacional como a nível internacional. Ainda são alguns tostões, mas vai valer a pena. Estas são as nossas propostas.
Para começar, é já nesta sexta que Julie & The Carjackers sobem ao palco do pequeno auditório do CCB. Formados em 2009 por João Correia e Bruno Pernadas, este grupo apresenta-se com o rótulo de rock-folk, resultante de um “cruzamento imaginário, onde a bossa do Chico encontra a coolness do Beck”. Parasol, primeiro álbum da banda, está repleto de diferentes ambientes sonoros, de arranjos riquíssimos e de uma diversidade instrumental contagiante. Além das faixas do álbum, serão incluídos no alinhamento alguns temas inéditos. Os bilhetes para o concerto de Julie & The Carjackers no CCB custam entre 11 e 13,50€.
No sábado vamos ter a honra de voltar a ver Nicotine’s Orchestra. Depois de um estrondoso concerto no festival Vodafone Mexefest, Nick Nicotine, ou homem em movimento como foi definido pelo Público, vai passar este sábado pelo Musicbox. Gypsicália, o seu novo disco, que conta com as participações da portuguesa Miúda e dos brasileiros Alex Kassin e Marcelo Camelo, volta a trazer o enérgico amor ao blues, ao tropicalismo, à soul e ao rock n’roll. O bilhete para o concerto custa 6€, e terá como convidado especial Marcelo Camelo.
Também pelo Musicbox, chega-nos Brass Wires Orchestra, uma das novas revelações da música nacional. Já deixaram de ser um segredo bem guardado, pelo menos para aqueles a quem a música portuguesa realmente importa. Já com uma vasta colecção de actuações nos festivais nacionais, dos quais se destaca também o concerto no Vodafone Mexefest e em Paredes de Coura, a banda alfacinha já passou também pelo Hard Rock Calling 2012 em Londres. Oito amigos, mas mais que isso, oito irmãos, prontos a contagiarem o público com a sua música. Para ouvir a 7 de Fevereiro, e apenas pelo preço mínimo de 5€.
A Galeria Zé dos Bois é um espaço algo escondido para quem vagueia indiferente pelas ruas do nosso Bairro Alto. Por lá vai passar no próximo dia 13 a banda canadiana Metz. Os Metz são Alex Edkins, Hayden Menzies e Chris Slorach, que trazem na bagagem o seu noise-rock poderoso. Chris Slorach e Alex Edkins conseguem com as suas guitarras produzir sons encantadores, enquanto Hayden Menzies na bateria concilia a sua força grosseira com a rapidez imposta pela melodia. Os Metz vão marcar a história do rock mundial, oiçam o que eu vos digo. Uma noite de saudação ao rock, por uns miseráveis 8€. Os bilhetes para o concerto estão à venda nas lojas de discos Flur e Matéria Prima, e na bilheteira da ZDB.
Um dia depois, no dia dos namoraditos, os islandeses Sigur Rós voltam a Portugal após três anos de pausa, para um concerto mais intimista e pessoal. Idolatrados por grandes nomes da música, como os Radiohead, os Sigur Rós surpreendem pelo complicado jogo de ideias e misturas que os levam das melodias pós-rock a elementos de música clássica. Jón Þór Birgisson, Georg Hólm, Kjartan Sveinsson e Orri Páll Dýrason, são os complicados nomes dos membros desta banda, que surpreendeu o mundo com a sua qualidade, e, principalmente, com a sua originalidade. O concerto de apresentação de Valtari (editado em Maio de 2012) terá lugar no Campo Pequeno e o preço dos bilhetes varia entre 25 e 35€. A primeira parte fica a cargo dos ingleses Blanck Mass.
Já com o terceiro álbum editado, os Crystal Castles regressam a Portugal no dia 17 para um concerto na sala TMN ao Vivo. A energia selvagem de Alice Glass e a musicalidade cerebral de Ethan Kath fazem dos Crystal Castles uma das duplas mais entusiasmantes e bombásticas do momento, cruzando a música electrónica experimental com o punk. Depois de uma estrondosa actuação em 2011 no festival Paredes de Coura, com um público completamente entregue à loucura transmitida pela dupla, os Crystal Castles voltam às nossas terras para um concerto que promete ainda ser mais explosivo. A não perder. Irão ser os 27€ mais bem gastos de toda a vossa vida. Aqui o prometemos.
Para finalizar, resta apenas falar de Ballister. Oriundos de Chicago, os Ballister são formados por Dave Rempis e pelos seus saxofoxes, pelo violoncelista Fred Lonberg-Holm (que está a cargo das funções da guitarra e do baixo) e por Paal Nilseen-Love, entregue à bateria. Com influências desde o Miles Davis eléctrico ao hard bop de Sonny Rollins, a música produzida por estes Ballister só podia ser livre, barulhenta e agressiva, e tem o objectivo de abrir caminho sem nada renegar do passado. Esta é a new school do jazz que segue orgulhosamente a old school. A ouvir no dia 27, no pequeno auditório da Culturgest e pelo preço único de 5€. Aqui ficam algumas das nossas recomendações. Vemo-nos por lá.
Texto por Francisco Fidalgo

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