SEMANA DO APOCALIPSE: Joni Mitchell um cosmos para o caos

Aparentemente, subsistimos num cosmos, a que chamamos planeta Terra, contudo ignoramos que o planeta reflecte aquilo que o homem lhe faz quando nos desleixamos na sua sustentabilidade.
Do mesmo modo, tem surgido em diversas ramificações da agenda noticiosa o anúncio de que o caos se aproxima, dito por outras palavras, que o mundo vai deixar de existir tal como o conhecemos a partir do dia vinte e um deste mesmo mês de Dezembro. Será importante destacar que este anúncio tem uma origem remota, mais precisamente na civilização maia e no seu calendário que parece terminar exactamente neste dia proferido anteriormente.
São muitas as pessoas que devido a esta notícia desestabilizadora de estados vivenciais duvidam do seu futuro, e correm para se conquistarem, para serem tudo aquilo que desejavam ser.
Admitindo este estado de euforia eu só me recordo de um álbum que desejaria ouvir enquanto o mundo explode, congela, cai ou afoga sendo ele o Blue de Joni Mitchell. Este é o álbum a que recorro quando em mim se abate o mundo, quando o mundo parece fugir de mim.
Este compêndio musical foi editado em 1971, e a meu ver, este é o álbum a que a efemeridade lhe escapa. Blue de Joni Mitchell é harmonia materializada numa voz delicada, com o domínio do instrumental e a simplicidade das mensagens que chegam ao mais complexo sistema humano.
Em suma, quer o mundo desapareça ou não dia vinte e um é Joni Mitchell que levarei comigo na próxima era existencial, isto é, para o novo cosmos, porque depois do caos vem a ordem e a ordem é o cosmos.
Texto por Joana Portugal

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