Em semana de bombanço, eu sou
aquele tipo que vem quebrar o ritmo da coisa. Sou o dono da casa da melhor
festa na aldeia, que à meia noite diz “olhem, agora tenho sono, acabem lá com
isso que eu amanhã tenho de acordar cedo”. Isto porquê? Porque eu nem sou assim
muito dado a essas coisas da dança.
Já entrei com o pé errado, mas
agora vou tentar remendar um bocado a coisa. Eu gosto de boa música no geral,
mas há coisas dentro dos meus gostos que se qualificam como ‘de dança’. Daft Punk é muito bom, ultimamente tenho
ouvido um bocado La Roux e até
algumas coisas de qualidade questionável mais comerciais que não vou
especificar. O problema é que sinto esta música da mesma forma que toda a
outra, desde o rock progressivo ao death metal. A abanar a cabeça. A única
diferença é que quando há alguma batida mais regular também dá para mexer
ligeiramente as pernas com a música.
O que existe, para mim, é toda
uma outra categoria de música – a música para a palhaçada. Isto sim, é a
verdadeira música do bombanço. Há dois requisitos para se enquadrar aqui: a
música tem de ser horrível e a banda ou artista tem de fazer coisas parvas no
videoclip. O exemplo mais recente? Gangnam
Style. Mais antigo? MC Hammer.
Aqui é quando as coisas atingem outro nível, é o tipo de música que toda a gente
se envergonha de gostar e que ninguém com uma mente sã dança sozinho, mas
tentem meter uma destas coisas a passar quando há festa e vão ver os
resultados. Isto sim, meus amigos, é o verdadeiro bombanço.
Não há nada como um grupo de
pessoas, aparentemente normais e sem problemas psicológicos, começarem a fingir
que andam a cavalo quando começam a ouvir um hit coreano, de um gajo que parece o Kim Jong-il com óculos
escuros. O que se sente enquanto se faz isso? Um estúpido sentimento de satisfação.
Chame-se a isto dança, bombanço ou palhaçada, a verdade é que é uma forma
barata, fácil e imediata de atingir um certo nível de satisfação. Aproveitem
antes que metam um imposto em cima disso!
Texto por Sandro Cantante
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