Devo
dizer que não sou, de todo, uma pessoa do bombanço. Não gosto de discotecas e
mesmo entre amigos é preciso já ter bebido umas três cervejas (!) para começar
a afastar o pé esquerdo do direito. Contudo,
sou capaz de abanar um bocado do capacete nos concertos fisicamente mais
exigentes.
O
melhor exemplo disso são os Buraka e os seus concertos. Do alucinante Alive, às
lendárias semanas académicas, sempre que saí de um concerto dos Buraka, sinto
que o mundo foi virado ao contrário. É impossível resistir ao kuduro de Kalaf e
os seus brothas. Brothas estes que, desde 2006, saltaram da Buraca para o
mundo.
O Yah tornou-se no alarme mundial para a
festa e o Sound Of Kuduro fez mexer o
esqueleto tanto do sul coreano que aparentemente dançaria apenas o Gangnam Style, ao
pequeno african boy que à primeira
audição sabe logo como é que se faz no Wegue
Wegue.
Foram
muitas as colaborações – M.I.A, Santigold, Sara Tavares e Macacos do Chinês são
apenas alguns que se juntaram à panóplia de grandes sons. E foi mesmo uma dessas
colaborações que escolhi. De seu nome Fala
Bem, não se encontra em nenhum álbum ou EP dos Buraka, mas sim,
no Ruídos Reais dos Macacos. Mas como
eles estão todos entre família, vamos tratar as coisas mesmo assim.
Podia
ter escolhido inúmeros hits dos
Buraka Som Sistema que nos têm acompanhado em muitas noites de loucura, mas
esses já todos nós os sabemos de cor. Agora este, este é diferente para mim. Claramente made in Buraka, Fala Bem, já me fez dançar muitas vezes sozinha no quarto, livremente, sem vergonhas.
É que, na realidade, o verdadeiro bombanço é aquele que fazemos quando ninguém
está a ver, não é?
From Buraka to the World até ao Komba de hoje, não há dúvidas que os Buraka
são A BANDA DO BOMBANÇO em Portugal. E como esta é a semana do bombanço, toca a
abanar o esqueleto.
Texto por Viviana Martins
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