De certeza que ninguém se importava de andar por aí a passear de
Ferrari, de viajar por todo o lado, de ter um iate gigantesco, três casarões,
comprar quadros e outras coisas desse calibre. Andrew Bird entra nesse patamar
de luxo pela qualidade daquilo que há quase duas décadas insiste em oferecer.
Dentro da mesma fórmula, balançando-se entre registos mais
ou menos folk, por vezes com travozinhos pop, sabemos, hoje, que a marca Andrew Bird oferece este
produto absolutamente gourmet.
Se calhar mais do
que esse lado gourmet, tal como um
bom filme ou um bom livro, qualquer álbum de Bird consegue com segundas
e terceiras audições ir revelando novos pormenores que nunca pareceram lá estar
e de cada vez que embarcamos numa nova canção tudo nela parece ir acontecendo sempre
de maneira diferente. Break It
Yourself mantém a identidade já há muito definida. Há um certo lado
filosófico, meio espiritual, como que Bird tentasse sempre atingir um
lado metafísico da música. Desta feita, este vira-se para o mar e Break It Yourself espalha-se nessa imensidão.
Há muito que o som deste senhor nos leva, com o seu toque mágico, até outra dimensão. Entre as ondas mais agitadas de Eyeoneye às mais calmas de Lazy Projector, oscilando entre a alegria
da pop e a solidão do típico homem da folk, Bird agiganta todo o seu talento. Lusitania, outro tema inspirado nas nossas terras, tem a companhia da bela Annie Clark tendo este tema tudo para ganhar um lugar especial em todos nós. Break It Yourself merece que olhemos e pensemos a sua lírica pormenorizadamente,
merece que conheçamos e descubramos os recantos do universo encantado que
consegue criar. De um certo toque mais experimental (Hole In The Ocean Floor) a um lado mais tender (Danse Caribe), do violino
ao assobio do costume, é impossível
não se querer descansar sobre este mar.
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