Citando esse épico tema de Rita Guerra e Beto, Cavaleiro Andante, M. Ward cavalga "louco e triunfante" em A Wasteland Companion, capaz de conquistar mais um bom par de corações, desde os mais melosos aos mais destemidos. Suavemente, caminhamos rumo a toda uma imagética que nos deixa rendidos a uma série de paisagens que só a imaginação pode alcançar. Dos bosques mágicos de Bambi (The First Time I Ran Away) àqueles bares de estrada texanos que lembram um Jeff Bridges em Crazy Heart (There's a Key).
Mais ou menos à cowboyada, Ward atinge na simplicidade, uma classe digna de outros avôs como Bob Dylan ou Neil Young e vai-nos narrando ao ouvido esta história. Isto porque A Wasteland Companion é um verdadeiro livro de contos, daqueles que se despacham numa tarde de Domingo e que, de verso em verso, nos fazem sentir cada palavra com um carinho especial. Pode até ser que Ward não traga nenhum sabor novo ao por vezes seco bolo da folk e do country, mas faz-nos comer e chorar por mais num álbum que, musicalmente, de inovador muito pouco tem. Talvez essa seja a maior façanha desta epopeia.
A Wasteland Companion é mesmo um álbum bonito. Fofo até. Será certamente fiel companheiro ao acordar, ao adormecer, no caminho para a escola, no banho, onde quisermos. Como um bom amigo estará lá sempre que é preciso. Pelos trilhos de Primitive Girl, de Me and My Shadow ou de Watch the Show, M. Ward viaja triunfantemente, numa cavalgada de sonho que não devia ter fim.
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