SUGESTÃO: Do hip-hop à música clássica passando pelo country...Emily Wells! (por Viviana Martins)

No mesmo espírito de cowboyada e embalados por M.Ward, chega-nos do Texas  Emily Wells. Uma "maria-rapaz" que com uma voz doce conquista qualquer um. Como as suas raízes ditam, há em si todo um estilo country que não pode ser evitado, mas Emily gosta de contrariar um bocadinho as coisas. E lá nisso ela é boa. Ao seu country faz questão de adicionar uma grande salada de estilos como o hip-hop, o folk e ainda a música clássica  que conseguimos identificar ao longo de alguns dos seus temas. Nove trabalhos contam-se na sua discografia. Wells não anda mesmo a brincar às cowboyadas e acaba de fazer sair mais um álbum, Mama. 
São dez temas bem completos, dez temas para ouvir do início ao fim. Emily abre as hostes de ukelele na mão, Piece Of It  facilmente nos projecta para o Texas, lá para o meio dos campos, onde sentada no chão, lá está ela a cantar para nós. Mas calma, é que Emily mudou-se para Nova Iorque e é já na Dirty Sneakers and Underwear que percebemos isso. Nada country, nada folk. Este segundo tema é bem Nova Iorquino, os efeitos digitais quase hipnotizantes, trazem o hip-hop e o R&B a Mama. Segue-se Passenger, um dos temas que mais burburinho tem causado, é uma mistura dos dois temas anteriores mas quem manda agora é o órgão, que controla todo o tema. 
Certamente que a artista queria, ao longo do álbum, transmitir uma data de coisas à sua mãe, ou à mãe de alguém ou mesmo sobre as mamãs no geral, mas é em Mama's Gonna Give You Love e Johnny Cash Mama's House que se revelam as histórias que trazem a 'mãe' às costas. Na primeira é Emily na sua simplicidade e a segunda  é uma mistura de country com hip-hop a um ritmo quase louco, torna-se estranha. Let Your Guard Down acalma os ânimos. Na que se segue, Fire Song, Emily afirma que é um tema que se trata de mandarmos a nossa casa a baixo para ficar 'tudo bem'. O violino é inevitável nesta canção muito cinematográfica, cheia de drama e com o clássico a reboque, que por momentos, faz-nos lembrar uns Portishead. 
A três músicas do fim, está tudo em chamas. Mas está tudo bem. Será? No Good e Darlin indicam-nos a saída,  e pelo meio ainda há tempo para Instrumental, que é, como o nome indica, só instrumentos. E é o tudo ou nada, country, hip-hop, folk, música clássica, tudo em simultâneo. São loops que mandam mexer os pés, ou a cabeça para os mais atrevidos. É um grande final. Emily não é mais uma menina country do Texas, é Emily Wells uma singer-songwritter do mundo. Para ela não há limites nem preconceitos na música. E para ti? 
Texto escrito por: Viviana Martins

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