REVIEW: The Maccabees - Given to the Wild

Cada vez mais acho que a designação “indie-rock”, quando aplicada ao género musical de uma banda, significa, na verdade, qualquer coisa de menos bom. Isto porque, para além de ser uma categoria que implica uma fórmula musical já tão usada e abusada, acredito que significa também uma certa falta de identidade e de capacidade de produzir um som que saia, realmente, da casca. Valha a verdade, é desse lugar que conhecemos os The Maccabees. Se um breve regresso ao passado – Colour It In e Wall Of Arms – não nos deixa assim muito nostálgicos, Given to the Wild tenta chegar a horas de apanhar um outro comboio que transporte a banda para longe de onde já esteve. 
Given to the Wild enche o peito de ar e faz-se maçudo desde cedo. O que em Child chega para nos abrir a pestana, em Feel To Follow ganha maior dimensão. Não se tratam de temas assim tão preguiçosos como no passado. Acaba por se tornar inquestionável o progresso que os The Maccabees levaram a cabo no que toca às diferentes linhas de cada tema. Quer seja, por um lado, e principalmente, ao nível melódico, mas também, em certo peso, na própria lírica. A maior complexidade de cada tema revela a maior força e músculo que a banda ganhou definitivamente em Given to the Wild. Outro bom exemplo e que é certeiro a fechar identitariamente a banda após este re-styling surpreendente é Foreven I’ve Known – que facilmente se torna num dos melhores temas que os The Maccabees alguma vez escreveram e lembra um caminho paralelo àquele que os Foals trilham em Total Life Forever, onde as semelhanças se tornam impossíveis de não notar. 
Encontrando nos Foals um ponto de comparação, sentimos que pode ser aí que todo este músculo se torna, um pouco, em esteróide. Aquilo que acaba por fragilizar Given to the Wild é a sua falta de versatilidade. Tudo bem que existem bandas que até sobrevivem mantendo esta postura de limpar álbuns inteiros com contínuos crescendos (olhem os de novo os Foals ou até mesmo os The National), mas a forma como os The Maccabees levam essa estratégia para a frente acaba por tornar tudo bem mais estilizado, mais plástico e, sobretudo, menos surpreendente. 
Se surpresa existe, está em Pelican, facilmente o momento mais refrescante e punchy de todo o álbum. Acabando por contrariar a tendência, esta funciona como um momento de coragem por parte da banda, deixando-se quase levar pelos ventos de uma mais assumida brit-pop. É certo que as raízes do “indie-rock” estão lá todas! Mas estão de cara lavada. 
7.0/10

0 comments:

    Enviar um comentário