Bem, como não tenho nenhuma fixação por artistas com os lábios colados à testa a arrastar o nariz para cima e que, apesar de terem uma boa música gravada, não a conseguem trazer a uma performance ao vivo, uma das minhas apostas para 2012 é o jovem canadiano Warren Hildebrand, mais conhecido por Foxes in Fiction. Apesar da sua falta de colagénio nos lábios, este jovem tem tudo para ter sucesso no que toca àquele negócio de produzir música.
Alguns tiveram o prazer de o ver no nosso humilde país. Foxes in Fiction andou por Coimbra, pelo Porto e ainda por Lisboa, estreando o festival Vodafone Mexefest. A sala estava deliciosamente decorada com luzes intensas, era totalmente acolhedora e isso fez concerto algo ainda melhor. Sim, o encanto por este concerto ainda não desvaneceu por completo.
Já andava de olho no trabalho de Warren, mas foi mesmo este espectáculo que me fez ouvir a discografia sem sequer pensar em parar. Não é viciante, é aí que reside o seu sucesso, na minha humilde opinião. Permitam-me a comparação, é como chegar ao fim do dia e ter a companhia Zen de um animal de estimação. Não faz doer a cabeça, não cansa, não irrita: é música electrónica/ambiente demasiado boa para passar em elevadores.
Swung From The Branches e o EP Alberto são, em conjunto, o que o jovem canadiano fez de melhor nos últimos tempos, seja qual for o significado dessa expressão. Os que gostam, anseiam sempre pelo próximo e os "últimos tempos" já parecem demasiado distantes. Agora resta esperar pelo álbum que prometeu para este ano. "Ando a trabalhar nele!", diz-me muitas vezes, com um toque de esperança que 2012 seja o ano do seu novo disco. Sinceramente, estou mais preocupada com a qualidade do trabalho, independentemente do tempo que demore a ser feito.
Venha lá isso, senhor Warren, que a gente espera.
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