PARA 2012: JERRY PAPER, por Diogo Lima


É difícil fazerem-se apostas em quem vão ser as bombas do ano quando não se é um trendsetter como a Pitchfork, a BBC ou a NME. Ainda assim gostamos de mandar bitaites, só numa daquelas por gosto. Música gira é música que merece divulgação, e o propósito desta semana é dar-vos a conhecer música gira que vai sair este ano, em termos muito simplificados.
Se eu mandasse no mundo já o artista de que vos vou falar teria rodado todos os escaparates dos media dedicados à música alternativa, mas parece que Lucas W. Nathan continua a ser um dos segredos mais bem-guardados à face da terra. Pelo nome ninguém o reconhece, e se eu também mencionar o projecto o mais provável é ninguém o conseguir também apesar deste ter sido imensamente publicitado por estas bandas: falo do mentor de Zonotope, um dos melhores qualificados nos melhores temas de 2011 para o EDLTD e dono de, no mínimo, dois dos melhores lançamentos do ano passado (Human Unity e Zero Gravity).
Depois de CINCO cassetes/LP no ano passado parece que destes lados não há vontade em parar tão cedo, pelo que Nathan volta à luta agora com outro nome: Jerry Paper. Após os encontros românticos em ambiente sci-fi VHS, os hinos à humanidade e os minimalistas temas ambientais que induzem o ouvinte num estado de transe inexplicável (este artigo no falecido Altered Zones diz tudo), este novo projecto promete uma evolução na sonoridade a que os poucos que o conheciam estavam habituados - mas não demasiado.
O Edição Limitada até já teve acesso a Vol.1, cassete do artista a sair proximamente pela Foxy Digitalis: se quisermos simplificar é, definitivamente, uma estrutura de abordagens mais pop e fáceis de ouvir. Há guitarras, há abordagens a novos géneros. Os sintetizadores suaves, psicadélicos são os mesmos que em trabalhos anteriores permaneciam de olhos virados para o espaço. Essa perspectiva ainda não se perdeu, mas os altos e baixos vão sendo diferentes, bem como as letras que agora falam de problemas na dimensão terrestre. As músicas, essas, continuam de se colar ao ouvido à segunda, terceira audição. Não percebo como não seja possível não gostar disto. Definitivamente, um dos artistas que pelo menos EU vou seguir em 2012. (sou a minha própria p4k, que giro)
Ouçam I'm A Body aos 29 minutos de podcast - o resto são as propostas da Foxy Digitalis (ambiental, sci-fi) para 2012, nada de se deitar fora. De resto, é ouvir mais aqui e esperar por novidades aqui.


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