REVIEW: The Black Keys - El Camino

"Las Teclas de Negro" estão de regresso aos discos com El Camino. Um ano depois do fantástico Brothers, os dois rapazes do Ohio estão de volta com o seu "blues'ish" rock contagiante e desembrulhado, e diga-se, de que maneira!
É costume dizer-se que em equipa que vence não se mexe, e é mais ou menos na base deste princípio que parece reger-se a banda. Não havia ali nada que fizesse franzir a testa e sempre se sentiu muita coesão na música destes senhores, a coisa sempre provou a sua eficácia e em El Camino os The Black Keys não complicaram. Temos uma mão cheia de riffs atraentes, ritmos de fazer abanar ancas já há muito enferrujadas e refrões que vão roçar-se deliciosamente ao pop. Basicamente temos uma receita original mais refinada, como se comêssemos o mesmo cozido há anos a fio, e de ano para ano sentíssemos um ligeiro ajuste na quantidade das especiarias mas não conseguíssemos identificar o que tinham ali deitado ou mudado. Vá, pondo a culinária de lado, o que interessa reter dali é que estes norte-americanos estão a ficar estranhamente melhores a cada disco, quando a coisa (normalmente) deveria começar a enojar. 
El Camino é música para se beber e dançar como se a palavra "amanhã" não tivesse espaço no dicionário, tudo enquanto os olhares duma incrédula ex-namorada é tudo quanto chega do outro lado da sala. São bandas como esta que vêm explodir na cara de quem diz que o bom rock morreu nos 70's, e se refrões como o de "Dead and Gone" e de "Run Right Back" não fazem da vossa mioleira casa depois de vos invadirem os tímpanos, não sei não. O que é certo aqui é que feito de traços de psicadelismo, divina guitarrada, de melodias e cantorias pop irresistíveis, e duma especiaria cuja dosagem é certamente segredo da casa, está definitivamente um dos álbuns do ano.

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