Quando falamos em pioneiros do Heavy-Metal é comum pensarmos automaticamente em Black Sabbath, considerados como os “pais” da música pesada, no entanto, tal assunção deixa muitas vezes de parte outras bandas igualmente influentes e pioneiras no mesmo género musical. Os Deep Purple são um exemplo perfeito disso.
Corria o início da década de 70, quando os Black Sabbath se tinham afirmado como “super-potência” da música pesada, os Led Zeppelin lançavam (provavelmente) o seu melhor álbum, os Pink Floyd preparavam-se para se assumirem como gigantes do rock, os Beatles punham um ponto final na sua carreira e Jimi Hendrix na sua vida. É talvez todo este conjugar de factos, que atirou um pouco os Deep Purple para 2º plano, também muito por não serem propriamente uma banda de Hits (óbvia excepção para “Smoke On The Water”).
Em 1971, a banda lançava “Fireball”, um álbum consistente, porém “insuficiente” para se erguer no meio de tanta genialidade que caracterizou a década de 70. Era preciso algo com mais poder/força e que causasse mais impacto e a resposta acabou por surgir um ano depois.
Lançado em 1972, “Machine Head” tornou-se o pilar de toda a discografia dos Deep Purple (e da história do Rock) e assumiu-se como termo de comparação para tudo o que seria lançado posteriormente. Caracterizado por uma sonoridade mais pesada, este álbum marca o pico de criatividade de todos os elementos da banda. Se por um lado Ian Gillian nos brinda com a sua poderosa voz em temas como “Highway Star” ou “Never Before” e Ian Paice nos transmite a força e o poder de um John Bonham, por outro lado Ritchie Blackmore oferece-nos belos solos (volto a citar a “Highway Star”) e poderosos riffs, sendo que um deles se viria a tornar um autêntico hino do rock n’ roll e algo “obrigatório” para qualquer guitarrista, que se preze, tocar. Falo obviamente de “Smoke On The Water”, o pai de todos os riffs do rock.
A sua simplicidade avassaladora é o clímax do álbum e uma das principais razões pela qual os Deep Purple foram descobertos pela maioria da população. Para além de pesada e catchy, fez com os fãs de Rock N’ Roll por todo o mundo se rendessem aos britânicos sem hesitarem por um segundo, apesar de na altura, poucos saberem que o seu significado remontava a um concerto dos Purple (e Frank Zappa) em Montreux em que alguém incendiou o casino onde o concerto decorria, sendo que o casino se encontrava rodeado por um lago, o que deu a ideia para o título “Smoke On The Water”.
O álbum termina com “Space Truckin”, com mais um riff assombroso de Blackmore que oferece uma conclusão adequada a um dos melhores álbums Hard-Rock/Heavy-Metal de que há memória, fazendo companhia a “Paranoid” dos Black Sabbath e o quarto albúm dos Led Zeppelin (“Led Zeppelin IV”) como os três pioneiros da música pesada.
Lançado em Maio, disparou para o nº1 das tabelas de vendas do Reino Unido e apesar de Gillan ter abandonado a banda pouco tempo depois, este concordou gravar “Made In Japan” que serviu de confirmação do sucesso que foi “Machine Head”.
texto escrito por João AndréEm baixo fica Lazy para se ouvir.
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