ENTREVISTA: Maybeshewill "nenhuma das nossas influências vem de bandas de post-rock"

São já um nome incontornável do dito movimento post-rock ou rock alternativo ou rock instrumental. Enfim, como queiram! O que interessa é que "I Was Here For A Moment, Then I Was Gone", o novíssimo álbum dos britânicos Maybeshewill, foi já lançado, e como puderam ler na review que recentemente publicamos, é um dos lançamentos mais interessantes do dito movimento post-rock ou rock alte...(ok, já perceberam) do ano corrente. E sim, interessa também mencionar que estivemos à conversa com eles.

Têm um novo álbum cá fora, um bastante bom para ser honesto. Algo mudou no que toca a gravação e composição? Houve novas fontes de inspiração para este trabalho?
Bem, esta foi a primeira vez que gravamos num estúdio a sério para começar, portanto soa tudo exactamente como imaginamos que soaria – não houve qualquer tipo de compromisso para ter o disco pronto. O último álbum foi gravado na nossa sala de ensaios logo após termos regressado de um longo período em digressão, logo foi fortemente influenciado por tocar ao vivo. E isso ainda lá está neste, mas há mais concentração em estar num estúdio, e em montar um disco dessa forma.

Têm recebido o feedback esperado por parte dos fãs e crítica?
Sim, as críticas têm sido bastante positivas e a grande maioria dos fãs parece gostar do que fizemos. Intencionalmente estivemos quase a tentar fazer um disco pop, que viesse a afastar algumas pessoas, mas porque não fazer algo que soa tão bem quanto possivelmente podias?

Geralmente o Post-Rock é tido como um género em que os vocais estão ausentes. Desde o início vocês têm-nos acostumado à presença de samples de voz, de filmes, etc. Crêem que isso ajuda a dar uma personalidade única à vossa música?
Talvez – não usamos samples neste álbum porque não havia espaço para eles. Não quisemos usá-los como que muletas, para que pudéssemos compor músicas aborrecidas e simplesmente meter-lhes um sample em cima – escrevemos o álbum e não havia espaço que gritasse por um sample, portanto não usamos nenhum.

Lembram-se do primeiro sample que tentaram incorporar na vossa música?Quando lançamos o nosso primeiro EP havia 3 interlúdios na versão inicial, e todos continham samples – creio que essa foi a primeira vez que o fizemos. Um deles continha um sample duma publicidade de medicamentos, creio que esse foi o primeiro a ser usado.

Qual a vossa perspectiva da chamada cena Post-rock? Concordam que a produção excessiva e a que quantidade actual de bandas do género levará à estagnação da qualidade da música de alguma maneira?
Nenhuma das nossas influências vem de bandas de Post-rock, e não é algo que escutemos para além de bandas de amigos nossos, portanto é difícil comentar. Consequentemente não somos muito protectores no que toca a essa “cena”. É verdade que existem já bastantes bandas semelhantes por aí.

Confesso que o me levou a ouvir o vosso primeiro longa-duração, foi o nome da banda. De onde vem Maybeshewill? Alguma história interessante por trás da palavra?
É só um conjunto de sílabas que tem um som agradável. Soava bem dizê-lo, então usamo-lo.

Posso perguntar-vos o que têm ouvido ultimamente?
Nós os quatro ouvimos música que abrange géneros algo diferentes, portanto é difícil escolher faixas que recomendar. O novo de And So I Watch You From Afar é incrível. O mesmo em relação a Brontide, se és fã de música instrumental, essas são duas das melhores.

O que é que podemos esperar de vocês no futuro, há planos para próximos lançamentos e tours? E claro, gostariam de regressar a Portugal?
Acabámos recentemente uma digressão bastante longa e lançamos ainda agora o álbum, portanto estamos desejosos por descansar um pouco, para ser honesto. Passamos um tempo maravilhoso em Portugal da última vez que aí estivemos, por isso claro, adorávamos voltar.

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