REVIEW: Arctic Monkeys - Suck it And See


Esta deve ser a única review a não levar a capa do álbum no início do artigo. É demasiado ruim para isso.
Ok, esta é capaz de ser das reviews que mais me custou a escrever, mas teve que ser: a verdade é que o novo álbum dos Arctic Monkeys, Suck It And See, é capaz de ser dos CDs com um travo mais agridoce que alguma vez senti.
Sou fã confesso da banda e sigo-a desde a sua fase inicial: Whatever People Say I Am, That's What I'm Not arrebatou-me por completo, é daqueles álbuns que não se esquecem e ficará para sempre bem marcado. Saiu depois um bom Favourite Worst Nightmare a mostrar um lado mais melódico da banda mas que o consegue balançar com o espírito do seu antecessor (e há ali apontamentos quase tão bons ou melhores que esse) e, em 2009, veio Humbug e aí é que a porca torceu o rabo por completo. 
Se já perante o trabalho produzido por Josh Homme a alteração quase por completo da sonoridade da banda levou a uma dificílima digestão (e um balanço não muito favorável do mesmo), aqui somos quase confrontados com dúvidas existenciais sobre a banda: mas estes são mesmo os Arctic Monkeys?  É que se em Humbug a banda rejeita as suas origens entregando-se ao patrão dos QOTSA e criando um CD que até mantém um trabalho consistente (apesar de desapontante), aqui segue-se timidamente essa sonoridade mas completamente destruída maioritariamente por baladas pop e música de ir ao cu devagarinho.
Suck It And See começa com um punhado de músicas que, tirando a roupagem rock, podia muito bem pertencer a um trabalho a título próprio de Alex Turner. Depois há pelo meio Brick By Brick ou Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair, ideias mal trabalhadas que parecem roubadas de uma das gavetas onde Homme escondia a droga. As letras não são más, mas não têm o brilho que Turner lhes costuma dar e as vozes nunca fogem do meloso e suave. Parece que os Arctic Monkeys queriam comer gajas desta vez.
O que eu acho mesmo ser o problema deste CD é, para além da continuação de uma metamorfose para pior na sonoridade (o que é que há aqui de interessante e característico dos Monkeys para além da voz e de um riff ou outro?) é não haver material que possa ser desenvolvido para músicas completas e, se o há, é completamente desperdiçado resultando em apontamentos engraçados para se ouvir durante 30 segundos e passar à frente, fazendo com que só para aí 15% do álbum valham mesmo a pena (talvez uma The Hellcat Spangled Shalalala como amostra do CD ou uma Library Pictures que podia ser perfeitamente um b-side de Humbug ou FWN).
Resumindo e concluindo, os Arctic Monkeys têm aqui o trabalho mais desapontante da sua carreira. Se ouvirmos Suck It And See como quem ouve a banda pela primeira vez há até um trabalho com uns cheiros interessantes mas, tendo em conta aquilo que estes moços fizeram, não há nada que prenda o ouvinte a mais do que duas ou três audições sem se aborrecer ou estranhar profundamente toda esta mudança. Há quem amadureça para melhor, estes moços viraram-se para uma pop cheia de baladas repetitivas e desinteressantes que, tendo em conta a oferta actual, não trazem muito de novo ao panorama.
4/10
Ouçam por vós próprios aqui.

2 comments:

  1. Fred disse...

    nossa , tah mal esse review ein.
    4/10 soh pode se brincadeira essa pode ser um dos melhores albuns de todo sempre. e vcs dao nota 4 enquanto os outros reviews dao de 8 a 9.
    dah pra perceber de longe o quao amador vcs sao.

  2. Francisco Lopes disse...

    O álbum é excelente, a evolução e amadurecimento da banda têm sido positivos. Nota mal dada na minha opinião, merece no mínimo um 8/10 eu cá dou-lhe um 9/10. Cumprimentos.

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