REVIEW: The Strokes - Angles

Angles, capítulo IV de um livro em aberto recheado de belas histórias, geradoras de hinos e de felicidade às paletes. Um flashback de uma década lembra heróicos riffs sacados do bolso, letras de tatuar pelas paredes, ambiente garage, quente, sexy, potente – assim ficaram mais ou menos interpretados os dois primeiros capítulos (Is This It e Room On Fire). Passo a passo chegamos a First Impressions of Earth que intitulava o primeiro revés no enredo da obra: os Strokes saíam da sua garagem, tiveram a tal primeira impressão da Terra e adocicaram o seu rock com força de encher estádios (veja-se Heart in a Cage por exemplo).
E é assim que cá estamos hoje. Vira-se a página e o título consegue ser certeiro: Angles é matemático, demasiado calculado, forçado, como uma equação que ficou por resolver. O básico de uma Soma ou de uma What Ever Happened? aparece vestido em Under Cover Of Darkness ou em Two Kinds Of Hapiness de uma série de adereços confusos mas bastante sinceros e ao fim da primeira audição fica tudo dito: por mais que se trate de uma evolução de sonoridade, Angles como um todo não resulta. De canção em canção caímos num limbo de ideias, numa estranha sensação de enjoo pop. A palavra banal cai do céu nas mãos de quem nunca o foi e para quem esperou dia a dia os cinco anos de hiato, o momento chegou mas nem o mundo parou, nem a tempestade que se adivinhava chegou. Tudo não passou de uma chuvinha molha parvos e ao quarto capítulo, a bravura do quinteto fantástico vacilou: crise de meia-idade ou reforma antecipada, eis um indigno revés para tão épica obra.
5/10
REVIEW: The Strokes - Undercover of Darkness

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