Anna Calvi é uma singer/songwriter/guitarrista inglesa que lançou o seu primeiro álbum no princípio de 2011. Considerada uma das promessas dos próximos tempos, a senhora tem neste trabalho homónimo não só um punhado de boas músicas mas também um CD de alinhamento coerente que mostra uma sonoridade própria de influências vincadas num blues rock com um forte toque feminino.
Rider to the Sea é o tema de abertura que, em jeito de intro, prepara o ouvinte para os 39 minutos de música que se seguem: sentem-se as primeiras notas da característica Telecaster de Calvi em riffs desérticos, cinematográficos, veludosos mas cheios de substância e sensualidade. As músicas fluem como quem não quer a coisa e vão desabrochando aspectos deliciosos do som da artista, desde a voz aos coros e ambientes escuros, passando pelas guitarradas orelhudas.
Tendo já sido usado como termo de comparação com outras artistas femininas, Anna Calvi não é um CD bem pop nem bem rock, fazendo uso daquilo que ambos os géneros têm de bom para criar um estilo com base numa atmosfera noir, romântica. As suas músicas poderiam perfeitamente caber num Lynch (por quem a cantora afirma ser, também influenciada) e transmitem um tom e imagética de luxúria (tanto que o mundo da moda também já mostrou o seu apreço por ela, como é o caso de Karl Lagerfeld) bem carregado na sua música, fazendo lembrar (em estilo, não em sonoridade) uns Hurts.
A maneira como tudo se conjuga para formar o som do álbum mostra uma maturidade quer a nível de composição, quer a nível de produção que nem sempre se encontra num primeiro trabalho. Calvi conseguiu fazê-lo sem descurar quer o som, quer a imagem. Uma das promessas da música nos próximos tempos.
8.5/10
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