"Olá pessoal, o meu nome é Diogo Lima - sejam muito bem-vindos ao Edição Limitada." - carta de despedida do fundador

O EDLTD viu a sua primeira forma surgir em 2010  (foda-se, três anos disto!) - no início, tudo isto era uma série de programas em formato podcast pensados e produzidos por um banana qualquer vindo do meio do Atlântico com demasiado tempo livre. Independentemente de qualidade técnica ou conceptual, prevaleceu sempre a vontade de partilhar num registo DIY as novas e fascinantes descobertas que se iam fazendo num espectro musical completamente novo para este amigo que vos fala. Quer dizer, olhando para trás não é que Regina Spektor e Florence & The Machine tenham alguma vez sido fascinantes, mas isso faz parte do caminho.
Só para fazer uma localização temporal - pouco tempo antes descobria eu a P4K, que já era há muito tempo o gigante que milhares de pessoas (e ainda mais hipsters) por esse mundo fora seguiam como cristãos radicais fogem do preservativo. Em Portugal começavam a surgir sites como o Arte-Factos e o Ponto Alternativo, que a pouco e pouco foram arranjando o seu cantinho no panorama. O pessoal armou-se em esperto e surgiu o edltd.blogspot.com que, acompanhado de uma página de FB, se tornou a nossa pequenina casa, uma plataforma de divulgação de música feita ao nosso tamanho com todo o amor e carinho possíveis.  
Foi um projecto que esteve longe da perfeição em todos os sentidos mas que cumpriu com o seu principal objectivo: partilhar o que nós e os nossos amigos andamos a ouvir. Criámos conteúdo (por vezes melhor, por vezes pior, muitas vezes merdoso - sejamos conscientes!) e ganhámos estaleca. Gosto de pensar que fomos uma espécie de Academia do Sporting ou uns Morangos com Açúcar - houve espaço para experimentar, para escrever, para ir fazendo a nossa cena.
E em três anos fizemos muita coisa. Fizeram-se vlogs merdosos (de particular ressalva a review de 9.5 ao primeiro álbum dos Golpes que valeu um engraçado cruzar de palavras no plateau do já extinto Brand New da MTV, nunca mais me esqueço dessa); entrevistámos artistas que admiramos - Death Grips (na época do grande Exmilitary, pouco antes de toda a febre mediática que os envolveu), Chelsea Wolfe, Filho da Mãe, Noiserv, Yohuna, Dead Combo e muito mais. Fez-se um programa piloto para o Canal 180, fizemos ouvir algumas das nossas escolhas no campeonato distrital - região Açores - da Antena 3. Fizemos centenas de publicações - resenhas a álbuns, semanas temáticas, notícias e afins. Descobrimos novos sons e demo-vos a conhecê-los.
Chegámos ao final de um percurso alegre. As coisas vão mudando, as disponibilidades também e este projecto deixou de ser prioridade para quem o faz neste preciso momento, pelo que deixou de fazer sentido que se continue a trabalhar por trabalhar em algo que sempre foi alimentado pela boa vontade e pica de quem o faz. São demasiados os nomes de quem por cá passou e deixou qualquer coisa para que me lembre de debitar sem me esquecer de alguém, pelo que fica um agradecimento vindo do coração a todo esse povo.
O objectivo à data de encerramento disto, esse, continua o mesmo que em 2010: se alguém tiver começado a ouvir alguma coisa nova à nossa pala, já sou feliz. Seja três, quinze, cem ou mil o número de pessoas que nos leram, viram, ouviram e acompanharam, só tenho a agradecer a vossa companhia ao longo de três anos de Edição Limitada.

De resto... Vemo-nos por aí.
Beijos e abraços,
Diogo Lima

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