SEMANA DO BOMBANÇO: Adeus bombanço, encontramo-nos por aí.

E o fim da festa chegou. Após uma semana onde abrimos a mão dos nossos mais profundos segredos, onde deixámos ao léu as nossas secretas fetiches, resta-nos retirar uma pequena lição de tudo isto. Leia-se qualquer um dos artigos abaixo e será notório o brotar único da felicidade que o bombanço emana. Acredite-se ou não, sabemos hoje, mais do que nunca, que dançar é um elemento básico da nossa existência. Um dia, dançar voltará a ser tão importante quanto era para os nossos antepassados, que até a chuva celebravam.
Deixemos de lado as pressões da sociedade que não nos deixam soltar uma macarena em pleno metro ou um saci pererê a caminho da escola pela manhã. Sejamos livres e encaremos a dança como uma forma de ser feliz. Não há no bombanço, quem olhe à idade, à raça, à religião ou sequer àquelas merdas  se somos gordos, magros, deficientes, burros, feios - nada disso existe.
Com ou sem álcool à mistura, é a bombar que recordamos os grandes momentos da nossa existência. Aos 19 anos de idade, já soube viver alguns momentos desta intensidade. Mais ou menos encharcado, fosse ao som da Sweat do Snoop Dogg, das compilações da M80 aos altos berros na rua ou em comboinhos no Quim Barreiros, há nestes momentos de êxtase espiritual, a mesma grandiosidade de uma aparição divina. A alma cresce e o corpo não pesa. Ou então era mesmo só do álcool.
Na minha tenra idade e fazendo uma análise mais racional das coisas, coube aos LCD Soundsystem escrever, em três álbuns, um hino ao bombanço. Esta que é a banda sonora da nossa - e só da nossa geração -, ensinou-nos que crescer pode ser um processo que tem tanto de previsível como de aborrecido. Mas é assim a vida e, como tal, façamos desta forma de vida, a nossa. É ao som de All My Friends que irei casar, ter filhos, festejar 50 anos de idade e lembrar o memorável. Adeus bombanço, encontramo-nos por aí.

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