Já a vimos em documentários, em fotografias de perfil de Hi5 ou Facebook, em murais de rapazes apaixonados a tentar a sua sorte ou em paredes de quartos de raparigas que sonham ser elas a rapariga da foto. A verdade é que o marinheiro atrevido e a elegante enfermeira tornaram-se num símbolo de amor para todo o mundo, pelo seu mítico beijo, que, no fundo, não passou de um espontâneo acto de libertação e felicidade. E felicidade porquê? Porque naquele momento, festejava-se o final da terrível II Guerra Mundial. Festejava-se o regresso da paz, da liberdade e principalmente do amor, um amor que o marinheiro decidiu devolver a todas aquelas mulheres que passeavam, também contentes, por Times Square, e a enfermeira sexy foi a escolhida por Alfred, para imortalizar o momento.
O som dos The Rapture encaixa perfeitamente neste cenário. How deep is your love? é um hino ao amor, é um som que nós transporta para um universo onde se é feliz, onde há um rapaz que tem muito para dizer, onde parece não ter muito tempo para se expressar, mas que nos dá a certeza que tem muito amor para dar. É como o atrevido rapaz da foto, que não quer mais guerra, só amor, e depois de tanto tempo sem poder gritar ao mundo, pode fazê-lo agora. E ele faz, da melhor maneira. Se o amor é profundo ou não entre os dois, who cares? Afinal de contas ela não lhe chega a responder.
A ligação entre a música e a fotografia está mesmo aí. É depois de sabermos a verdadeira história, e atribuir ao beijo que, sem dúvida, é o que se destaca mais na imagem e o que ficou para a história, até dos próprios intervenientes, um significado de liberdade e amor, é associar o beijo a toda a lírica e sonoridade da música. A mim pareceu-me bastante óbvia, se não tivessem tantos anos a separar a música da fotografia diria que naquele momento em plena Times Square ouvia-se dizer “Sun is shining right on my face, this is the place to find”.
Texto escrito por: Viviana Martins
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