REVIEW: Russian Circles - Empros

Estes rapazes de Chicago não são nenhuns novatos por estas andanças. Este é já o seu 4º álbum de estúdio, não são quais-queres estranhos aos palcos e até deram dois concertos pelo nosso país no passado mês de Junho. O que fazem pode ser descrito como post-rock ou metal, ou simplesmente rock, bom e verdadeiro rock.
Pois bem, Empros é sem dúvida o mais másculo de todos os lançamentos dos "Círculos Russos". Apesar de também terem o seu lugar e graça, aqui não há muito tempo a perder com crescendos e floreados. A bateria aparece sem rodeios, e o baixo de Brian Cook sem medo algum, e essa verdade seja dita, é a razão que distancia este álbum dos anteriores. É um baixo que carrega e se faz e bem ouvir, enchendo (quase) todas as 6 faixas do disco. De destacar o final soberbo de "Madleck" (faixa que podem escutar ali em cima), que se apresenta como um verdadeiro "arrebenta-pescoços", tal é o groove e toda aquela intensidade rítmica tão característica da banda. É claro que a maior surpresa em todo o Empros é bem capaz de ser a sua última música. "Praise Be Man" apresenta-nos uns Russian Circles como nunca antes escutados, em pleno jantar romântico com uma voz... humana. E assim fecharam este novo disco, num tom diferente do que é costume, e num que a mim lembra inevitavelmente algo que os Explosions In The Sky poderiam ter feito. (é mais forte do que eu já, aquele tom de guitarra está demasiado entranhado)
Em suma, é um álbum em que a banda não perde identidade alguma, muito pelo contrário, conserva-a e ainda para mais é capaz de o fazer sem cair em repetições e em coisas que são praticamente remakes de remakes. Para além disso, é provavelmente o mais pesado dos discos destes norte-americanos, e se não o é, ao menos é aquele que emana o som mais cheio, uma parede sonora forte e bem fundada. Se é o melhor disco da banda, só o tempo dirá. Lá qualidade tem, e bastante, faixas como "Batu" e "Mladek" estão entre algumas das melhores que a banda já escreveu, sem sombra de dúvidas. Talvez fiquem saudades de alguns momentos de maior... virtuosismo ponhamos assim, e isso no que toca à guitarra, coisas que se faziam ouvir mais num Enter e num Station. Mas lá está, o que possam ter "perdido" no ponto anteriormente referido, vieram a ganhar com esta bem-vinda atmosfera mais densa e rica, que está presente em todo este novo disco.

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