REVIEW: Polinski - Labyrinths

Polinksi - "Stitches" (Feat. Big Black Delta) from Cluster 1 on Vimeo.
Se alguma vez se perguntaram donde apareceu o som mais actual dos 65daysofstatic e não chegaram a nenhuma resposta, terei de dizer-vos que fizeram sempre a pergunta errada. Não apareceu, está lá desde o início – mesmo que em grande parte do tempo prefira esconder os dentes sob lençóis de guitarras. De qualquer das formas, esteve sempre debaixo da pele de Paul Wolinski, o senhor que, sob o nome de Polinski, traz-nos este Labyrinths.
O britânico, alimentado pela nata da ficção científica das décadas de 70 e 80, apresenta uma verdadeira sobremesa a todos os fãs de electrónica, seja ela convidativa ao "bate pé" ou pesada e barulhenta, há de tudo um pouco no meio deste labirinto de beats, sintetizadores, vocoders e distorção.
As 7 faixas que constituem este álbum são um autêntico desfile de melodias, seguidas pelos tambores que carregam com toda a força, e  por gordos graves que parecem abrir caminho que nem trovões. E no meio de toda a loucura "electro-cósmica" podemos quase sentir a alegria de compor música como esta, a alegria dum Paul Wolinski de costas viradas ao mundo e aos pós-tudoenada, na sua roupa mais ridícula (?), a fazer o álbum que o próprio afirma sempre ter sonhado fazer desde os seus 15 anos.
Não é um álbum para toda a ocasião nem para ouvir 24/7. Nem um para rodar vezes e vezes sem fartar. Mas amigos, por cerca de 40 minutos o mundo é uma insana pista de dança, e isso é tempo que chegue para cantar o refrão de "Stitches", para ficar com o ouvidos a ecoar com os harpejos de "Kressyda", e para encontrar um piano que, no bom sentido, parece cantar perdido no meio de "AWALTZOFLIGHT", a última e provavelmente melhor faixa do disco. Senhoras e senhores, estamos a flutuar no espaço. Entretanto, podemos muito bem dançar.

0 comments:

    Enviar um comentário