Bicos, ácidos e decibéis : PARTE III

Ben Frost - Theory Of Machines
De há uns anos para cá Ben Frost tem-se vindo a afirmar como um dos grandes nomes no que toca à música electrónica experimental, conquistando a reputação de inovador e ganhando o seu espaço ao lado de gigantes como Murcof e Tim Hecker. Nascido em Melbourne em 1980 e residente agora em Reykjavík, o músico é um dos fundadores da islandesa Bedroom Community, editora pela qual lançou este Theory Of Machines, em 2007. E foi  precisamente este o trabalho que lhe atirou para "as luzes da ribalta", rendendo-lhe o título de "reinventor" da electrónica. Tanto pelas estruturas clínicas e minimalistas, como pelos momentos que parecem saídos dum clássico punk ou de black metal, fica claro que a música de Frost não tem medo algum de mostrar os dentes. E logicamente, é essa combinação de dois mundos à partida tão distintos que faz dele e deste álbum verdadeiros marcos do género. Então tentem lá chegar ao fim da faixa homónima sem se perguntarem uma vez que seja, "o quão alto é que isto ainda pode ficar?".

Sunn O))) - Black One
Cá está um nome que dispensa apresentações. Adorem-os, odeiem-os, que os achem ridículos até, de qualquer das forma estarão a falar deles, e isso é mais ou menos sinal que não vos passaram ao lado. Conhecidos tanto pela sua receita de drone ausente de percussão e cimentado em guitarras graves tocadas no limite da lentidão, como pelas actuações ao vivo com volumes que rondam os 120db e em que todos levam um par de protectores de ouvidos para casa, os Sunn O))) são já a cara do estilo num dicionário ilustrado. Black One, lançado em 2005, vem apresentar novos elementos à música dos norte-americanos. Para além de convidados nomes como Malefic e Wrest, de Xasthur e Leviathan, respectivamente, sente-se que o som está bem mais requintando que em trabalhos anteriores. E por isto entenda-se, há mais do que apenas guitarras na mistura. Notam-se os pequenos detalhes electrónicos, sintetizadores que apesar de tímidos não são de todo descartáveis ou dispensáveis. Provas de que o tal universo negro não é tão grotesco assim se lhe doarmos algum do nosso tempo e atenção?

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