Tom Vek, por Pedro Pereira

 Honestamente Tom Vek passou-me completamente ao lado em 2005 quando lançou o seu álbum de estreia, “We Have Sound”. Talvez eu estivesse demasiado ofuscado com Yeah Yeah Yeahs, The Futureheads, Bloc Party, Arcade Fire, Franz Ferdinand e The Killers. Vendo bem esta retrospectiva (com um aspecto a puxar para o cliché), agora até faz sentido que me tenha passado completamente ao lado, pois Tom Vek não tinha a energia dos Bloc Party e dos YYYs, nem a melancolia indie dos Arcade Fire. Nem tão pouco tinha o mesmo tempo de antena que estes.
Parece que o londrino Tom Vek aos 14 anos começou a gravar músicas em casa e em 2001, aos 20 anos, lançou oficialmente a sua primeira música "There's Only One Thing Left Now", uma música electrónica, tipo ambiente, chata. Felizmente Tom Vek sofre umas modificações e passa da electrónica delicada para um registo rock e começa a dar uso ao que mais se destaca nos seus trabalhos: a sua voz. Singles como “If You Want” levaram o one-man band a abrir concertos para os Bloc Party e a ter de levar uma banda para as suas actuações ao vivo. 
“We Have Sound” é portanto o seu primeiro longa duração, lançado pela Tummy Touch Records e pela Go! Beat Records, que dentro da onda rock se demarcou do que se fazia na altura. A linha de baixo proeminente e a sua voz fizeram de “C-C (You Set The Fire In Me)” e “I Aint Saying My Goodbyes” os singles ideais de apresentação do seu álbum de estreia e de um estilo próprio que defendia. Muito provavelmente se o primeiro álbum de Tom Vek tivesse sido lançado por outra editora que o tivesse promovido de forma mais eficaz, este teria tido uma maior atenção por parte da crítica e do futuro público e muito provavelmente não teria sido necessário esperar seis anos para que este voltasse a lançar um novo álbum.
Finalmente a 12 de Abril de 2011 voltou-se a ouvir falar de Tom Vek pelo lançamento de “A Chore”, o single de apresentação do seu novo trabalho, “Leisure Seizure”, que foi lançado no início de Junho. Mais uma vez é a sua voz que se destaca e que acompanha melhor as melodias, ah!, mas desenganem-se que o senhor tem um vozeirão. Nada disso. Até se pode dizer que é algo limitado. Mas aí precisamente é que está, Tom Vek consegue esticar a sua voz de modo a que acompanha a música de forma inteligente e cativante, facto que se pode comprovar em músicas como “Aroused” e “We Do Nothing”. Até chegamos a ter um quase-rap com “World Of Doubt” e batidas mais aceleradas e até dançáveis em “A.P.O.L.O.G.Y.”. E espera-se que a mudança de editoras, desta vez pela Island Records e Downtown Records, não deixem cair em esquecimento “Leisure Seizure”.
Texto por Pedro Pereira do blog Quiosque do Pedro. Em baixo confiram o vídeo para World of Doubt.

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