REVIEW: Beirut - The Rip Tide

Beirut lança agora o seu 3º LP, estando a deixar de fora todos os EPs, demos e diabo a quatro. Zach já tinha andado a tocar ao vivo uns quantos temas do Rip Tide que agoiravam melhores aragens do trabalho vindouro.
Estamos habituados a ver o prodígio do indie-folk como um projecto erudito, imaculado de falhas e desgostos e, nessa medida, este novo álbum surge como uma desilusão. Desde arranjos trazidos de Realpeople a instrumentais electrónicos a lembrar bebés nascidos antes do final da sua gestação, Zach mostra-nos aquilo que eu chamo de "lado foleiro" que ninguém via no intelectual do lugar de comboio para a Zambujeira do Mar, a ler um livro no Verão de 2010.
Os bons momentos existem enquanto ouvimos um hino a Santa Fe e a East Harlem (que de música nova não tem nada), mas em nada compensam a trapalhada que se segue. Goshen surge como o perfeito exemplo de como um aborto musical deve soar (para aqueles que lhe seguem os passos) e os desastres no piano usado neste tema prosseguem ao longo do resto do álbum, chegando até a estragar umas boas duas músicas que podiam ter sido mais do que são. E nem me peçam para começar a falar na produção da caca que presentearam ao tal piano. Chega a dar-me pena ouvir este disco que ao longo de 33 minutos humilha o seu criador mas louva a coragem que este teve para, de facto, deixar isto ver a luz do sol e o aconchego de um inocente Mediafire que lhe é obrigada a guarda deste exemplar de um falhanço quase completo. E só mais uma palavrinha acerta do piano, desculpem-me... soou bem na Mausoleum (Flying Club Cup), mas isso não quer dizer que devamos cantar um disco inteiro com o teclado amaldiçoado como barulho de fundo.
Sim, gente. Custa-me tanto a mim escrever, como a vocês ler, maldizeres sobre um dos meus intérpretes preferidos, mas acho que é essa a principal razão pela qual este LP me soa, desculpem-me a palavra, a merda, mas... a fé continua onde Condon a deixou.
5.9/10

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