REVIEW: Tyler, The Creator - Goblin

Por esta altura já todos devem saber quem é o Tyler, the Creator e os OFWGKTA. Mas para quem não sabe (e para ninguém ficar butthurt como da última vez), eu explico. Os OFWGKTA (Odd Future Wolf Gang Kill Them All) são como que uma crew de rappers, produtores, DJs e afins da Califórnia, entre os quais se destacam Earl Sweatshirt, Hodgy Beats e o Tyler, the Creator, o criador do grupo. Já desde o início de 2010 que andam a fazer um splash enorme pela internet e o hype é o melhor amigo do gangue. Tyler lançou no ano passado o LP Bastard que o deixou basicamente no topo do mundo e é das poucas razões pelas quais os Odd Future estão onde estão na sua carreira desde programas na MTV a passagens pelos VMAs e enormes showcases no SXSW. E esta é a história mais ou menos resumida.
Tyler, the Creator criou uma personagem no Bastard que acabou por ser a sua sombra, o Wolf Haley. Podemos ver esta persona como o lado obscuro do Tyler, o lado que sofre, o lado que sente e que ainda está preso ao facto de nunca ter conhecido o pai, a parte de Tyler que quer vingar as suas perdas no mundo e isso delinea-se através de desejos de violação, uso de drogas, assassínio, etc. Podemos até comparar este heterónimo ao Slim Shady do Eminem que por acaso, o LP Slim Shady parece ser uma grande influência para Tyler.
Não que tudo isto seja mau, bem pelo contrário, o Bastard foi para mim dos melhores discos "self-released" de 2010 e rodou por aqui durante meses a fio, mas... tudo isso acabou.
Goblin, o mais recente LP do Tyler, the Creator acaba com todas as expectativas que se tinham para o miúdo prodígio. Desde rimas parvas a ritmos e musicalidades desmotivadas, Tyler estraga um CD da pior forma possível. Os beats à la fruity loops já se conheciam desde o primeiro LP mas aí era totalmente compreensível. Agora... um gajo que está na XL, que já tem dinheiro para criar a sua própria editora e tem inteligência para fazer um heterónimo tão complexo podia também ter esse intelecto para perceber que os seus amigos não são os melhores produtores de beats. E já agora... Era totalmente desnessário passar metade da hora e tal (!!!!) do álbum a repetir que não estava a falar a sério e que era só ficção. Sinceramente, o álbum chega a ser frustrante de tão maus que são os beats! Aquilo fez-me passar a frente tantas faixas tantas vezes e abrir a minha pasta da música para enamorar álbuns que eu queria ouvir mas não podia porque tinha de ouvir o Goblin até ao fim.
Nem tudo é mau. Ficámos com a Yonkers (e o seu espectacular videoclip a ver em baixo) e a versão ao vivo no Fallon da Sandwitches (que a que que está no álbum está exactamente no mesmo ponto que todas as outras) e temos dos melhores videoclips de 2011. Podia ser pior.
4.7/10
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