REVIEW: Yuck - Yuck


Os anos 90 já viveram os seus anos. Ainda assim, por mais aparatosa que seja a viagem que a música consegue proporcionar, esta acaba sempre por tomar a forma que bem quer e lhe apetece. A viagem dos Yuck faz-nos revisitar anos passados, sonoridades repetentes, memórias revivalistas. E acontece assim, numa espécie de “espera aí, onde é que eu já ouvi isto?”. É verdade. Já se ouviu isto.

Eis uma analogia fácil: se os Pavement são um lendário leite Ucal, os Yuck são um mais recente Nesquik. Ambos não passam de leite achocolatado, mas no seu espírito e essência jamais serão o mesmo. Numa altura em que, aos poucos, um Nesquik (mesmo que fresco) corra o risco de se ver preterido por uma mais primaveril e refrescante limonada, em consequência dos dias simpaticamente bonitos que nos têm sido proporcionados, os Yuck surgem como uma leve brisa nostálgica, comummente apelidada de “saudades do Verão”.

E assim os Yuck se saboreiam. Umas vezes mais porcos (The Wall) outras vezes mais limpos (Suicide Policeman), vamos escutando este espaço de heterogeneidade musical que salva o álbum e define bem o caminho desta primeira viagem: novamente entre a fofura (Suck) e a pujança (Holing Out) somos levados à boleia e à lembrança de lugares de efervescência emocional. Pena é que, no fim, nos sintamos secos. E Nesquik não mata a sede.

7/10

Em baixo, o álbum disponível para stream na íntegra:


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