Menos é mais. Uma máxima difícil de justificar, num primeiro contacto. É comum sentir desconforto perante o vazio. Urge uma necessidade de preencher o espaço com elementos que sugerem uma noção de familiaridade. Este instinto primário de recolecção, se não reprimido, instiga-nos a exprimir todas as influências adquiridas ao longo da nossa formação pessoal, inevitavelmente demasiadas nesta era da informação. O resultado acaba por ser uma amalgama desconexa de elementos vários que conduz à saturação do espaço. E eis que nos apercebemos da validade do ponto inicial.
Menos é mais. Acaba por ser esta a premissa que marca o ponto de partida para o novo trabalho dos ASVA, Presences Of Absences. Demonstrando um forte sentido de composição, algo vezes demais descurado dentro da estética Drone/Doom, apresentam aqui um trabalho que os afasta de vez dos seus congéneres. Prima a restrição, o minimalismo como meio e não como objectivo, como uma forma válida de expressão de sentimentos e não como um artifício para esconder falta de capacidade criativa.
O órgão, elemento predominante nas 4 faixas que povoam o disco, cria tensão no ouvinte pelo uso da repetição em longas incursões. A catarse é promovida com a entrada de elementos mais harmoniosos, destacando-se o trompete e o uso de coros, conseguindo por vezes estabelecer um carácter de redenção, quase religioso. A percussão é usada de modo pontual mas eficaz, ajudando a reforçar poderosos momentos de escape. É nesta dinâmica que reside o sucesso deste trabalho, o contraponto entre momentos mais contemplativos (mas não necessariamente confortáveis) e situações de purgação emocional (mas não necessariamente sonora).
Menos é mais. Numa época de experimentalismo sem limites, os ASVA propuseram-se a realizar música que assenta em princípios seculares, usando elementos tradicionais, ideias simples e honestas. Existe um sentido de melodia muito particular, equiparável a músicas litúrgicas, que parece sugerir uma postura de optimismo. Talvez seja por isso que após ouvir Presences Of Absences me sinto restabelecido e confortável. Com menos, os ASVA conseguiram fazer mais. Muito mais.
Menos é mais. Acaba por ser esta a premissa que marca o ponto de partida para o novo trabalho dos ASVA, Presences Of Absences. Demonstrando um forte sentido de composição, algo vezes demais descurado dentro da estética Drone/Doom, apresentam aqui um trabalho que os afasta de vez dos seus congéneres. Prima a restrição, o minimalismo como meio e não como objectivo, como uma forma válida de expressão de sentimentos e não como um artifício para esconder falta de capacidade criativa.
O órgão, elemento predominante nas 4 faixas que povoam o disco, cria tensão no ouvinte pelo uso da repetição em longas incursões. A catarse é promovida com a entrada de elementos mais harmoniosos, destacando-se o trompete e o uso de coros, conseguindo por vezes estabelecer um carácter de redenção, quase religioso. A percussão é usada de modo pontual mas eficaz, ajudando a reforçar poderosos momentos de escape. É nesta dinâmica que reside o sucesso deste trabalho, o contraponto entre momentos mais contemplativos (mas não necessariamente confortáveis) e situações de purgação emocional (mas não necessariamente sonora).
Menos é mais. Numa época de experimentalismo sem limites, os ASVA propuseram-se a realizar música que assenta em princípios seculares, usando elementos tradicionais, ideias simples e honestas. Existe um sentido de melodia muito particular, equiparável a músicas litúrgicas, que parece sugerir uma postura de optimismo. Talvez seja por isso que após ouvir Presences Of Absences me sinto restabelecido e confortável. Com menos, os ASVA conseguiram fazer mais. Muito mais.
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