ENTREVISTA: SAUR "não fazemos música (...) para preencher espaços por explorar"

O Edição Limitada esteve de férias no Algarve, foi ao Continente do Guia Shopping comprar bananas, deu um saltinho na Fnac e cruzou-se, por acaso, com os Saur. Num mini concerto capaz de captar adiar por meia horinha ida à praia de dezenas de turistas, apresentaram o primeiro EP da banda. Diga-se de passagem: foi uma sorte.
Tal como o frango está para a Guia, o post-rock está para os Saur. Concordam com a analogia? Como se classificam musicalmente? Quais as maiores influências? 
Se considerarmos o frango da Guia como sendo de pequenas dimensões, acho que sim. Não acho que sejamos uma banda de post-rock “típico”. O que mais nos influencia musicalmente numa determinada altura, acaba por se reproduzir na música que fazemos nesse momento. E, ultimamente, o post-rock não tem sido uma grande influência. Já o foi, noutros tempos, e daí que possa dizer que essas são as nossas raízes.

Os primeiros passos que se dão no que quer que seja nunca são os mais fáceis. Como tem sido carregar nos braços este bebé recém-nascido chamado Saur? São uns pais orgulhosos?
Sim, nem tudo tem sido fácil. O dinheiro e o tempo são as principais barreiras. Alguns de nós ainda estudam e outros trabalham, pelo que às vezes é complicado conciliarmos tudo. Mas como fazemos isto pelo gosto de tocarmos e de estarmos os quatro juntos a curtir, acabamos por nos esquecer desses e outros problemas. O EP tem sido bem recebido, pelo que estamos orgulhosos. Só o facto de termos finalmente gravado algo, foi motivo para orgulho.

Qual é a história por detrás desta capa? Se os Saur fossem um quadro era assim que seriam pintados?
A ideia surgiu durante os ensaios para a gravação do EP. Aliás, ainda nem o nome da banda estava definido quando tivemos esta ideia. Temos uns stencil’s numa parede da nossa garagem com uns óvnis e uns dinossauros, e estávamos todos a olhar para lá quando a ideia surgiu. Também foi, em parte, inspirado no nome da música Alien Dinosaur Explosion. Achamos a ideia engraçada, e acabámos por concretizá-la.

Acham que dentro do panorama musical português vêm preencher uma lacuna? A heterogeneidade musical nacional tem vindo, sem dúvida, a aumentar. Sentem-se também responsáveis por isso?
Cabe mais ao público fazer essa análise. Não fazemos música propriamente para preencher espaços por explorar. Desde que tenhamos satisfação no que fazemos e haja pessoal a gostar, é suficiente. Como somos uma banda portuguesa, o mais provável é sermos responsáveis pela diversidade musical existente. A não ser que as pessoas achem que somos cópia de algo. Tipo Xutos & Pontapés, só que sem voz. O que até acabava por ser algo diferente, visto que não há uma magnífica voz.

A Fnac da Guia não era certamente o vosso palco de sonho. Aspiram com certeza a muito mais. Quais os planos para o futuro da banda? 
Neste momento queremos fazer mais músicas, e dar o máximo de concertos que conseguirmos. E, se houver tempo e dinheiro, para o ano grava-se mais qualquer coisa. Por enquanto, o maior “sonho” é vir a gravar um álbum. Ah, e tocar na piscina do Milhões de Festa.
Ouçam e façam download do EP dos SAUR em baixo.
 

0 comments:

    Enviar um comentário