REVIEW: Foo Fighters - Wasting Light

Uma coisa que podemos dizer com certeza sobre os Foo Fighters é que nunca se colaram ao facto de o “lider” da mesma ter sido baterista numa outra que teve bem mais impacto cultural que a presente banda. Claro que a atenção mediática que junto deles apareceu aquando do seu primeiro álbum veio por terem um membro dos Nirvana, álbum este lançado um ano e poucos meses depois de Cobain morrer. Grohl deve ter noção disso também. Quem ouve uma e outra não consegue encontrar pontos similares significativos para dizer que há prisão ao passado e até no aspecto visual só com algum cuidado alguém olha para o artista “multifacetado” entre os períodos de um e outro grupo e consegue ver que são a mesma pessoa sem ir à Wikipedia. Já se sabe que a idade não é amiga de ninguém mas estes Foo Fighters sempre se quiseram mostrar um produto completamente independente, queriam ser apenas uma banda chamada Foo Fighters.
Estamos em 2011, já com 6 álbuns na bagagem e sem flanela ou vénias a Melvins ou Sonic Youth, partem para um disco que foi indicado como uma mudança no registo da banda para algo mais agressivo, em detrimento do som “soft-domingo-à-tarde” dos trabalhos antecessores.
Com Rope, o single de apresentação do álbum, tinha ficado a ideia que a haver mudança, não seria demasiada. Veio White Limo há bem pouco tempo e a esperança subiu. Era um som arriscado e não muito mainstream para o que já estamos habituados neles. Som esse que a termos um disco assim no geral fazia o publico Underground prestar alguma atenção e o Mainstream continuar a comer o que eles lhe davam. 
Wasting Light começa com Bridge Burning, um tema que começa explosivo, traz promessas e
faz-nos pensar se um amigo de All My Life está aqui para nos ver. Rapidamente se percebe que os refrões de Rádio não foram a lado nenhum, embora seja um tema agradável que possivelmente, a ser single, virará hit da banda. Segue-se Rope, dentro do estilo da anterior, embora menos estridente e igualmente catchy para essas MTV’s do mundo.
É com Dear Rosemary que tudo começa a soar demasiado Déjà Vu. Diziam querer deixar o estilo de Long Way To Ruin de lado mas à terceira faixa qualquer um percebe que este 7º álbum de Foo Fighters é mais do mesmo. Embora num registo mais sério, é baladinha molha patos como eles já acostumaram. White Limo é o único tema deste álbum realmente diferente do regular da banda. Infelizmente dá sede por mais (dentro do possível) e não há fonte ou mercearia que seja por perto. A partir deste momento o disco entra em modo AC/DC e é a mesma fórmula over and over again. Tudo bem que a fórmula é deles - Foo Fighters - e por isso algum crédito lá se dará. Pelo meio das restantes sete faixas há alguns momentos mais orelhudos que fazem o eventualmente já cansado ouvinte retomar a atenção ao que ouve, embora sejam normalmente introduções ou interlúdios- -cliché e a atenção auditiva vai de novo para as árvores que estão lá fora ou para o gato que mia por festas no lombo.
O refrão de These Days mete qualquer um a jurar que já ouviram esta música antes, talvez numa tarde de verão no carro de um amigo que gosta de ouvir rádio enquanto conduz. O ritmo e espectáculo de variedades dos Foo Fighters continua igual até ao penúltimo tema do álbum, I Should Have Know é o fim da noite. I Should Have Know é a música para chorar de foreveraloneness ou para fazer amor ou para fundo de um filme de Comédia Romântica de Hollywood em cenas iguais às descritas anteriormente ou no momento pré-final feliz em que o casal se zanga antes de perceber que foi tudo mal entendido e que foram feitos um para o outro.
Este álbum dá a ideia de ser feito para quem decide comprar discos a ouvir a primeiras músicas em lojas de música. Ouve-se as primeiras quatro faixas, compra-se. Chega-se a casa, disco a rodar e… BAM! Levamos Troll dos Foo Fighters com mais do mesmo. Quem sempre gostou deles vai ter aqui banda sonora para os dias de Sol mas quem ainda não os sente como amigos, não vai ser desta.
5.8/10
Ouçam Rope, o single de apresentação deste trabalho:

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