REVIEW: Radiohead - The King of Limbs

 Os Radiohead são... é mesmo preciso apresentá-los? Qualquer pessoa que perceba minimamente de música sabe quem são os Radiohead, basicamente. Sim, eu sei que estou ligeiramente atrasado (isto também não é a Pitchfork, pelo amor de deus), mas mais vale tarde que nunca. 
E enfim, foi há sensivelmente duas semanas que a banda reapareceu com a súbita novidade que foi King of Limbs: tenho que confessar que tive que fazer a minha investigação aprofundada em relação à discografia deles, não são propriamente a minha banda preferida (mas é daquelas que, em best of, resulta lindamente).
À primeira audição, KoL soa estranho. Há aqui uma mistura muito jazzística de samples que se parecem atropelar uns aos outros, uma série de ideias esquisitas que requerem mais do que uma audição para acabar por ir fazendo sentido. A voz de Thom Yorke é aquilo que nos parece mais Radiohead no meio de baterias e guitarradas que se repetem em tempos aos quais o comum ouvido humano não se habitua facilmente. Parece que a banda seguiu a breve linha de experimentalismo em certos temas de In Rainbows e aplicou-a num contexto mais extremo, algo de difícil audição.
Os temas vão desfilando uns atrás dos outros e torna-se, de facto, um trabalho difícil de digerir à primeira. Continua Radiohead em alguns aspectos e Lotus Flower e Codex (as mais acessíveis do disco) comprovam-no. À medida que o CD vai passando o som torna-se de trago mais fácil, encontrando-se nas músicas a bonança depois da tempestade que temas como Feral, Little By Little ou Bloom foram.
O verdadeiro problema de The King of Limbs está, na sua maioria, na produção/masterização. A maneira como os detalhes nas primeiras músicas são todos colocados e as texturas fluem tornam as músicas verdadeiramente sofríveis por vezes, de atenção difícil nos pormenores (como em Morning Mr. Magpie, com uma bateria que, por mais detalhes que surjam, está sempre presente e torna-se algo entediante). 
Ainda assim, há um certo turbilhão de sentimentos a passear por aqui e pelas letras e voz de Thom Yorke que agradará ao bom fã de Radiohead, é preciso é estar disposto a ouvir aquilo que eles têm para contar, provavelmente mais do que uma vez. Não costumo fazer isto, mas como são os Radiohead, aqui vai a nota final do álbum:
algures entre o 6.5 e o 7/10

O CD está disponível à venda no site oficial da banda, mas pode apanhar-se um cheirinho da coisa (e da espectacular dança do Thom Yorke, claro) aqui:

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