Esqueçam o James Blake. Não passa de um "menino" quando posto lado a lado com Nicolas Jaar, o jovem nova-iorquino que anda fazer o melhor proveito daquilo que hoje é o minimal. Com as suas sonoridades frias, por vezes dolorosas, o homem que tem "problemas com o sol" consegue conquistar qualquer fã de música electrónica com o seu toque especial, não apenas confinado a instrumentos electrónicos: o piano e outros instrumentos acústicos surgem frequentemente no álbum.
Digno de aparecer num dos sonhos molhados de Andy Warhol, Space Is Only Noise If You Can See é, sem sombra de dúvida, um álbum de culto para os amantes da música electrónica e não só. Mais do que um simples álbum, é um mar de som experimental com evidentes influências de Jazz que se aliam numa combinação séria e, mais do que isso, poderosa, através da sua (pelo menos aparente) simplicidade.
Como li algures na vastidão da internet, o trabalho de Nicolas neste álbum assemelha-se ao trabalho de uma criança numa aula de EVT, e com isto pretendo relacionar o facto de ser um trabalho repleto de cortes e colagens, embora com uma coesão e genialidade que não pode deixar de ser referida. Digo isto porque somos a toda a hora confrontados com diferentes sons, seja um sintetizador pesadíssimo, um piano e, quando menos se espera surge, sempre grave, um contrabaixo impensável na sequência, acompanhado pela percussão. Mas o jovem músico consegue fazer com que essa sonoridade seja agradável, mesmo apesar da estranheza durante primeira audição.
Numa palavra, diria que é imperdível.
9.0/10
Space Is Only Noise If You Can See:
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