REVIEW: Destroyer - Kaputt

Destroyer. A banda do excêntrico Dan Bejar traz a cara lavada. Mas atenção, trata-se de uma lavagem completa (e complexa). É que Kaputt é mesmo teimoso, custa a entranhar, custa a entender a que é que isto soa. É tão castiço, tão aluado mas ao mesmo tempo tão docemente subtil, que a princípio reina a confusão. Até o mais crescidinho dos ouvintes faz birra perante coisa tão chata. Mas limpos que estão a bába e o ranho, qualquer um ficará pronto para entrar nesta brincadeira como deve ser. 
Mesmo que no universo perdido que os Destroyer conseguem criar, não haja regras tal é o balançar da coisa - desde um som mais jazzy até um dream pop em tudo semelhante a um soft rock - sentimos uma emoção que acaba por fazer um sentido só, um sentindo bastante gostoso. Um sentido que nos ataca a espinha precisamente onde arrepia. Aí vem o êxtase total e uma dominação orgásmica que dura por uns agradáveis 50 minutos. E onde fica este este universo perdido? Escolham o lugar que quiserem mas para mim é mais perto de uma visão tipo aquela da Lucy no céu com diamantes do que outra coisa qualquer. É que por mais entranhado que esteja, escutamos um som verdadeiramente psicadélico. Tanto nas deliciosas poesias de um Bejar à Camões como na sonoridade absolutamente caleidoscópica e alucinante.
Suicide Demo for Sara Walker, Downtown ou ainda a longa metragem contada em Bag Of Pigs (Detail) (arrepios) deixam-nos num sonho (que mais se parece com uma valente moca). Apaixonante? Confere.
8/10
mp3: Destroyer - Chinatown

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