Tyler, the Creator criou uma personagem no Bastard que acabou por ser a sua sombra, o Wolf Haley. Podemos ver esta persona como o lado obscuro do Tyler, o lado que sofre, o lado que sente e que ainda está preso ao facto de nunca ter conhecido o pai, a parte de Tyler que quer vingar as suas perdas no mundo e isso delinea-se através de desejos de violação, uso de drogas, assassínio, etc. Podemos até comparar este heterónimo ao Slim Shady do Eminem que por acaso, o LP Slim Shady parece ser uma grande influência para Tyler.
Não que tudo isto seja mau, bem pelo contrário, o Bastard foi para mim dos melhores discos "self-released" de 2010 e rodou por aqui durante meses a fio, mas... tudo isso acabou.
Goblin, o mais recente LP do Tyler, the Creator acaba com todas as expectativas que se tinham para o miúdo prodígio. Desde rimas parvas a ritmos e musicalidades desmotivadas, Tyler estraga um CD da pior forma possível. Os beats à la fruity loops já se conheciam desde o primeiro LP mas aí era totalmente compreensível. Agora... um gajo que está na XL, que já tem dinheiro para criar a sua própria editora e tem inteligência para fazer um heterónimo tão complexo podia também ter esse intelecto para perceber que os seus amigos não são os melhores produtores de beats. E já agora... Era totalmente desnessário passar metade da hora e tal (!!!!) do álbum a repetir que não estava a falar a sério e que era só ficção. Sinceramente, o álbum chega a ser frustrante de tão maus que são os beats! Aquilo fez-me passar a frente tantas faixas tantas vezes e abrir a minha pasta da música para enamorar álbuns que eu queria ouvir mas não podia porque tinha de ouvir o Goblin até ao fim.
Nem tudo é mau. Ficámos com a Yonkers (e o seu espectacular videoclip a ver em baixo) e a versão ao vivo no Fallon da Sandwitches (que a que que está no álbum está exactamente no mesmo ponto que todas as outras) e temos dos melhores videoclips de 2011. Podia ser pior.
4.7/10site
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