tag:blogger.com,1999:blog-86304737255700259982024-02-22T08:20:52.988+00:00Edição LimitadaASDASDASDASDtechhttp://www.blogger.com/profile/16456845964137620950noreply@blogger.comBlogger373125tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-10529284357107690882013-04-14T12:11:00.003+01:002013-04-14T14:17:55.174+01:00"Olá pessoal, o meu nome é Diogo Lima - sejam muito bem-vindos ao Edição Limitada." - carta de despedida do fundador<div style="text-align: justify;">
O <b>EDLTD</b> viu a sua primeira forma surgir em 2010 (foda-se, três anos disto!) - no início, tudo isto era uma série de programas em formato podcast pensados e produzidos por um banana qualquer vindo do meio do Atlântico com demasiado tempo livre. Independentemente de qualidade técnica ou conceptual, prevaleceu sempre a vontade de partilhar num registo DIY<b> </b>as novas e fascinantes descobertas que se iam fazendo num espectro musical completamente novo para este amigo que vos fala. Quer dizer, olhando para trás não é que Regina Spektor e Florence & The Machine tenham alguma vez sido fascinantes, mas isso faz parte do caminho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Só para fazer uma localização temporal - pouco tempo antes descobria eu a P4K, que já era há muito tempo o gigante que milhares de pessoas (e ainda mais hipsters) por esse mundo fora seguiam como cristãos radicais fogem do preservativo. Em Portugal começavam a surgir sites como o <b>Arte-Factos</b> e o <b>Ponto Alternativo</b>, que a pouco e pouco foram arranjando o seu cantinho no panorama. O pessoal armou-se em esperto e surgiu o edltd.blogspot.com que, acompanhado de uma página de FB, se tornou a nossa pequenina casa, uma plataforma de divulgação de música feita ao nosso tamanho com todo o amor e carinho possíveis. <b> </b></div>
Foi um projecto que esteve longe da perfeição em todos os sentidos mas que cumpriu com o seu principal objectivo: partilhar o que nós e os nossos amigos andamos a ouvir. Criámos conteúdo (por vezes melhor, por vezes pior, muitas vezes merdoso - sejamos conscientes!) e ganhámos estaleca. Gosto de pensar que fomos uma espécie de Academia do Sporting ou uns Morangos com Açúcar - houve espaço para experimentar, para escrever, para ir fazendo a nossa cena.<br />
E em três anos fizemos muita coisa. Fizeram-se vlogs merdosos (de particular ressalva a review de 9.5 ao primeiro álbum dos Golpes que valeu um engraçado cruzar de palavras no plateau do já extinto <i>Brand New</i> da MTV, nunca mais me esqueço dessa); entrevistámos artistas que admiramos - Death Grips (na época do grande <i>Exmilitary, </i>pouco antes de toda a febre mediática que os envolveu), Chelsea Wolfe, Filho da Mãe, Noiserv, Yohuna, Dead Combo e muito mais. Fez-se um programa piloto para o Canal 180, fizemos ouvir algumas das nossas escolhas no campeonato distrital - região Açores - da Antena 3. Fizemos centenas de publicações - resenhas a álbuns, semanas temáticas, notícias e afins. Descobrimos novos sons e demo-vos a conhecê-los.<br />
Chegámos ao final de um percurso alegre. As coisas vão mudando, as disponibilidades também e este projecto deixou de ser prioridade para quem o faz neste preciso momento, pelo que deixou de fazer sentido que se continue a trabalhar por trabalhar em algo que sempre foi alimentado pela boa vontade e pica de quem o faz. São demasiados os nomes de quem por cá passou e deixou qualquer coisa para que me lembre de debitar sem me esquecer de alguém, pelo que fica um agradecimento vindo do coração a todo esse povo.<br />
O objectivo à data de encerramento disto, esse, continua o mesmo que em 2010: se alguém tiver começado a ouvir alguma coisa nova à nossa pala, já sou feliz. Seja três, quinze, cem ou mil o número de pessoas que nos leram, viram, ouviram e acompanharam, só tenho a agradecer a vossa companhia ao longo de três anos de Edição Limitada.<br />
<br />
De resto... Vemo-nos por aí.<br />
Beijos e abraços,<br />
Diogo Limatechhttp://www.blogger.com/profile/16456845964137620950noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-41976145247653095422013-04-14T11:48:00.000+01:002013-04-14T11:48:53.967+01:00Carta de despedida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNh6bv4DJlFFLhCPucRcpkAKLVOas4SoY3UmVE39GYokclSWHSDMSvq8Xi41ATBNwvGIVYRNlNcQILDKGlDfkQq4kq_wcQeBwDlseVmCyVwEMcSVN9r5z-to2k_Deu0yrPJyKD2CU-l0Vv/s1600/edltd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNh6bv4DJlFFLhCPucRcpkAKLVOas4SoY3UmVE39GYokclSWHSDMSvq8Xi41ATBNwvGIVYRNlNcQILDKGlDfkQq4kq_wcQeBwDlseVmCyVwEMcSVN9r5z-to2k_Deu0yrPJyKD2CU-l0Vv/s320/edltd.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Custa muito fazê-lo mas chegou a
hora de fechar a casa. De algum tempo para cá que tem faltado tempo e motivação
para continuar a fazer do Edição Limitada o lugar que merece ser e com isso tenho-me
sentido mais distante daquilo que ajudei a criar. Em quatro anos muda muita
coisa. Neste caso acho que mudaram as nossas prioridades, as nossas vontades e
aquilo que queremos fazer da vida. Não mudou nem vai mudar o significado que o Edição
Limitada tem para mim. Mais do que um projecto paralelo ou um blogue de música,
o EDLTD tem sido uma extensão daquilo que sou.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De uma Chelsea Wolfe a uns Dead
Combo, passando pelos Death Grips ou pela presença no Milhões de Festa, e até
um convite eternamente adiado pelo Canal 180 para a produção de um programa de
televisão, orgulho-me do que se foi conseguindo. Um grande obrigado a todos os
que por aqui ajudaram e colaboraram, e um obrigado ainda maior ao Diogo Lima,
o verdadeiro pai desta casa e alguém que considero ser um exemplo a seguir, uma
influência e um bom amigo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um sincero obrigado a quem sempre
nos acompanhou,</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Afonso Sousa</div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-38871009916357628892013-04-11T22:40:00.001+01:002013-04-11T22:54:42.298+01:00Entrevista: Salto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEyXUjkI4v_UKmcFhmlqEdVDJzJx2TbX0gm3eVM4gteI9SH4NPsTT8v1f2F3tXBstSXs0S-1HAHtAneSOy36Aad1HqRDYWlRqeur8PMdFxhgiE0AllArbsJYTFRox0y6fSmgMaD72WPdpY/s1600/SALTO_%C2%A9Paulo+Cunha+Martins_IMG_VII.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEyXUjkI4v_UKmcFhmlqEdVDJzJx2TbX0gm3eVM4gteI9SH4NPsTT8v1f2F3tXBstSXs0S-1HAHtAneSOy36Aad1HqRDYWlRqeur8PMdFxhgiE0AllArbsJYTFRox0y6fSmgMaD72WPdpY/s1600/SALTO_%C2%A9Paulo+Cunha+Martins_IMG_VII.jpg" width="400" /></a></div>
<div>
<br />
<span style="text-align: justify;">Muitas vezes ouvimos dizer que o caminho rumo ao sucesso faz-se um passo de cada vez… Mas isso é para os comuns dos mortais. Os Salto, fazendo jus ao seu nome, “saltaram” de barreira em barreira até se tornarem hoje uma das mais importantes bandas de indie pop portuguesa.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Lançando-se ao ar em 2007, Luís Montenegro e Guilherme Tomé Ribeiro já tratam o mundo musical português por tu com apenas 6 anos de carreira musical. O seu álbum de estreia (homónimo) saiu no Verão passado, mas as pilhas de críticas positivas só provam que podia ter sido lançado há 20, 30 ou 40 anos atrás que continuaria a saber-nos pela vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
Juventude, acção, animação e, acima de tudo, muita qualidade é o que estes “homens do norte” têm para nos oferecer, e ainda bem que são generosos. Fiquem com o melhor das perguntas e respostas que trocámos com estes nossos novos amigos. Obrigado Guilherme e Tomé, esperamos ouvir falar de vocês por muito, muito tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>Na vossa página do My Space destacam nomes como os Beta Band, Paul Weller ou até mesmo os Jackson Five, todas elas bandas clássicas e intemporais. Contudo, a música que fazem é claramente moderna e futurista, mais virada para a “frente” do que para “trás”. Sendo assim, qual é, para vocês, a importância que os velhos clássicos têm para a criação musical moderna?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A novidade vem sempre influenciada por algo que aconteceu no passado, pode até ser um pequeno pormenor, por isso torna-se, pelo menos para nós, essencial conhecer e perceber a música que marca as diferentes gerações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>Apesar de ainda muito jovens, vocês já andam nestas andanças desde 2007, apesar de só terem ganho mais notoriedade nos últimos dois anos, servindo o vosso caso de exemplo para demonstrar o tempo que os artistas portugueses demoram a alcançar alguma visibilidade. Porque acham que isto acontece? Tem mais a ver com o público nacional (que demora a aceitar novas sonoridades) ou com os apoios e oportunidades por parte do mundo da música?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Não há uma só razão. O espaço para as novas bandas tem vindo a aumentar, tanto a nível de programação como também nas rádios. Esperamos que esta tendência se mantenha porque eleva a fasquia e contribui também para um aumento da qualidade. O aumento da qualidade vai atrair mais público e o mercado cultural só tem a ganhar. Tudo isto contribui para a identidade cultural do país, algo que não se pode perder.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Como vocês, muitas outras bandas jovens, portuguesas, têm vindo a nascer e a sedimentarem-se no nosso panorama musical de hoje. Acham que estamos a assistir a um renascer/rejuvenescer da música portuguesa? Se sim acham que estamos a tempo ou já levamos uns aninhos de atraso?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A música portuguesa sempre se reinventou mas a duração desses períodos era talvez mais extensa do que agora. A resposta para hoje em dia de tudo ser mais rápido , em maior quantidade e talvez qualidade, está na facilidade e universalidade de acesso a uma enorme quantidade de informação. Desde de podermos todos os dias ouvir bandas novas e também conhecer melhor o que foi feito em décadas anteriores até à possibilidade de podermos conhecer as últimas tecnologias, softwares, instrumentos, computadores. Tudo isto contribuiu muitíssimo para uma fase na música portuguesa tão rica. Esperemos que a tendência seja para melhorar e para estimular o público a ter sede de ouvir mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Há uns anos apresentaram-me uma banda como sendo os James Blake portugueses. Essa banda eram os Salto. Na altura até achei a comparação mais ou menos acertada, mas hoje acho que acabaram por se afastar bastante desse som. Só têm um álbum, mas os Salto já existem desde 2007. Acham que já passaram por diferentes fases e sonoridades?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Definitivamente passámos por diferentes fases e sonoridades. Começámos com duas guitarras acústicas, passámos por guitarras eléctricas, baixos, synths, sampler’s e programações e agora temos a juntar a tudo isto um terceiro elemento (baterista). A nossa maneira de encarar a música passa também por esta ideia de reinventarmos a forma como tocamos e como apresentamos um espetáculo, por isso será de esperar que no futuro mais alterações possam acontecer. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Lx966iSYzaA?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Lembrando novamente os primeiros tempos dos Salto e comparando-o com aquilo que hoje atingiram, alguma vez pensaram chegar onde chegaram? São hoje um dos maiores nomes do panorama alternativo português.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Falta-nos ainda muito para fazer. Temos tido espaço para mostrar a nossa música e isso é fruto de muito trabalho, não só nosso mas de toda a gente que nos rodeia e que tem-nos ajudado a crescer. Estamos muito contentes com as oportunidades que temos tido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"Não vou mais ficar atrás de quem não quer ver": eis um simples verso que virou um hino e, se calhar, uma espécie de lema para esta geração. Esta é também a forma como encaram o vosso dia-a-dia?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Encaramos o nosso dia-a-dia sempre com uma grande vontade de superarmos aquilo que já fizemos pois acreditamos que essa é uma importante forma de chegar mais longe. Esse “lema” que falam vai ao encontro desta vontade de irmos mais longe, de não perdermos tempo com coisas que nos desviem do essencial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Lemos algures que ambos estudaram música no ensino superior. Para além deste facto provar uma paixão enorme pela música, de que forma é que influenciou e influencia na música que fazem hoje?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi de facto uma grande influência para o que é a nossa produção hoje em dia. No curso que tirámos, Produção e Tecnologias da Música na ESMAE, aprendemos técnicas de gravação, de produção, de mistura, aproxima-mo-nos de tecnologias, softwares e debruçamo-nos sobre a história, a estética e cultura musical. Tudo isto contribuiu significativamente para a forma como produzimos e ouvimos música.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Há poucos meses apresentaram o remix da "Verdade" dos Capitão Fausto. Consideram importante olhar o trabalho de outras bandas e, quem sabe, trabalhar em conjunto com outros projectos? Qual é a assim a banda com quem mais gostariam de trabalhar?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Olhar o trabalho dos outros por si só parece pouco. Procuramos ouvir o que as pessoas têm para dizer com a sua música e deixar-nos influenciar naturalmente. Nos últimos tempos, por dedicarmos o nosso dia-a-dia à música, temo-nos aproximado de muitos músicos e bandas, o que tem gerado este tipo de parcerias e dado, também, muitas ideias para possíveis colaborações futuras. Todos estes momentos são verdadeiramente ricos e vão ao encontro de um dos grandes motivos pelos quais fazemos música – a partilha.</div>
</div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-5199441362218056232013-04-08T22:34:00.000+01:002013-04-08T22:34:02.781+01:00Argumento: The National<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLetk-VhrUOOhRUcL0KzynCzWoLArvIX_XghEVV8eqhNGx35MBgnmo5OKOt1YXB-tTpivI2TsV-p4Taia2r-3dPh6qJqPFpPS6S-JmVUl22OW9L8bN9knHkANLj5yXTToGWuobCAT2TDTN/s1600/the-national-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLetk-VhrUOOhRUcL0KzynCzWoLArvIX_XghEVV8eqhNGx35MBgnmo5OKOt1YXB-tTpivI2TsV-p4Taia2r-3dPh6qJqPFpPS6S-JmVUl22OW9L8bN9knHkANLj5yXTToGWuobCAT2TDTN/s1600/the-national-1.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Estamos numa sala escura, nublada. Paredes de estantes forram o nosso redor, esta divisão melancólica e acolhedora. Temos livros de lombadas gastas mas de qualidade superior; o melhor cabedal, cozido com a melhor linha e ilustrado com os melhores pigmentos. Temos fotografias de paisagens distantes, de cidades grandes, monocromáticas e vazias, de praias invernosas com céus carregados. Temos música: discos, cassetes, vinis afogados por vozes profundas que cantam solidão e amor, vozes que já cá não estão mas que continuamos a ouvir como se estivessem. Agora estão expectantes, maravilhadas, cheias: o palco não é delas hoje. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Palmilhamos um soalho vincado por um sem fim de caminhares sonhadores, lunares, onde uma secretária portentosa, de mogno cristalino completa o cenário, juntamente com uma cadeira de cabedal de costas altas, protetoras. Sentamo-nos, algo nos está a vergar. Algo que vem de todos os recantos deste nosso pequeno mundo: parece etéreo, omnipresente. Um som divino, cheio, embalador. Cordas que vibram em mãos de ouro, baquetas que transformam cabedal em bateres-de-coração fortes, pulsantes, e a voz… aquela voz. Árida de falsas verdades, grave, robusta e, acima de tudo, verdadeira. Embala os nossos corpos e mentes, cria esperanças e sara desilusões, desgostos. Uma voz que canta o que o coração não consegue dizer.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
O ambiente cresce, os ritmos sobem de tom, os pelos da nuca também. Fechamos os olhos, nesta cadeira de cabedal frio, sentimos o cheiro da melancolia que se sente nos nossos ombros, nas nossas cabeças, e vemos o mundo à nossa volta girar. A tristeza vira alegria passando por saudade e desgosto. A depressão ganha asas e explode no ar com voos de confiança e orgulho. Basta deixarmos este som entrar, esta maravilhosa música, para vermos todas as cores do mundo e dos homens. Ouvimos Matt, Brice, Bryan, Aaron e Scott. Ouvimos letras que nos mostram mundos lindos. Ouvimos sons que, como agulhas, fazem tilintar todos os nervos do nosso corpo. Ouvimos amor, perda, solidão, intervenção, futuro e esperança. Ouvimos mundos que desejamos que sejam só nossos. Ouvimos The National.</div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-88685733780139650922013-04-01T20:17:00.000+01:002013-04-01T20:17:36.788+01:00Cartaz EDLTD: Abril<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQzvxpphAen7UK5ZSQSEeLb1hjpPEBEOopTxb1T1JbE25ymq_Bb4t8F14DhqttNAf45takirZfY1wLdeCtGXPwxtrasgIPKvAXhBxIvwjArP4bVq-OblQRmICKaFgp3ptjc3Kql7cyGJIe/s1600/warm-up-pdc.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQzvxpphAen7UK5ZSQSEeLb1hjpPEBEOopTxb1T1JbE25ymq_Bb4t8F14DhqttNAf45takirZfY1wLdeCtGXPwxtrasgIPKvAXhBxIvwjArP4bVq-OblQRmICKaFgp3ptjc3Kql7cyGJIe/s400/warm-up-pdc.png" width="400" /></span></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 18px;">Abril, música mil. Aqui fica a nossa habitual agenda de concertos para o mês de Abril. De norte a sul do país e de eterna qualidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 18px;">A guitarra clássica de <b>Filho da Mãe</b>, ou de Rui Carvalho, o corpo que está por detrás do nome, chega ao Lux Frágil no dia 11, em Lisboa, e traz com ele os seus habituais amigos e companheiros de tantas noites e de tantos acordes. Depois da sua participação em vários projectos como os If Lucy Fell, por exemplo, Rui Carvalho tem vindo a conquistar um público considerável e fidelíssimo, que não deixa escapar uma única oportunidade de o ver em carne e osso. <i>Palácio </i>foi o seu álbum de estreia, um álbum despojado e livre, que nos leva a viajar para outros lugares, para outro tempo, para outras formas de sentir as cordas. Rui Carvalho, Hélio Morais, Cláudia Guerreiro, João Nogueira, João ‘Shela’ Pereira e Makoto Yagyu juntam-se mais uma vez, e sem intenção nenhuma. Música feita e repleta de amor, um amor extremamente genuíno e verdadeiro. O preço dos bilhetes ainda não é conhecido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 18px;">Este ano, o festival Paredes de Coura chega mais cedo. Nos dias 12 e 13, a cidade do Porto vai encher para receber o <b>Warm Up Vodafone Paredes de Coura</b>, uma espécie de aquecimento daquele que é conhecido por ser o festival mais antigo do país. O festival realiza-se numa arena construída na praça D. João I, junto ao teatro Rivoli, e conta com um cartaz carregado de artistas nacionais e internacionais consideráveis no mundo da música independente. Destaque para os concertos de Lee Ranaldo, ex-guitarrista dos Sonic Youth, dos norte-americanos No Age, do músico árabe Omar Souleyman e dos portugueses Linda Martini. O festival tem o objectivo de chamar a atenção do público português para o evento minhoto, e foi considerado como o substituto do Vodafone Mexefest, festival que terminou na Invicta. Quem não poder ir, pode ouvir a transmissão em directo pela Vodafone FM, a partir de um estúdio no recinto. Já é alguma coisa. O passe geral, que dá acesso aos dois dias do festival, custa 25€ e o bilhete diário 15€. É a primeira vez, e esperemos que resulte.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiefryJxS8YtaniXm_dCpMQ7lFoc0-ugRhZrnPr4IuW6bPR1czAhqWAeOgjqg4cyq69aOTqIxseyZmR14EJKHaxLlXF56lmRlOuBw3IQlUftUc3oFwC8E_0Mj1FUtIrBtJTZ9xnIDffLAGi/s1600/Dead+Combo+Velha+morta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiefryJxS8YtaniXm_dCpMQ7lFoc0-ugRhZrnPr4IuW6bPR1czAhqWAeOgjqg4cyq69aOTqIxseyZmR14EJKHaxLlXF56lmRlOuBw3IQlUftUc3oFwC8E_0Mj1FUtIrBtJTZ9xnIDffLAGi/s400/Dead+Combo+Velha+morta.jpg" width="288" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 18px;">No dia 16, o teatro municipal São Luiz recebe os <b>Dead Combo</b>, a dupla mais completa da música portuguesa. A banda comemora este ano os seus dez anos de existência, pretexto perfeito para o concerto e para o lançamento de um livro de banda desenhada sobre o seu percurso. No início do ano, Tó Trips e Pedro Gonçalves tiveram uma vida activa, com concertos esgotados nos Açores, em França e na China. Agora, estes dois vadios estão de regresso a Portugal, e prometem mais uma noite mágica e surpreendente, com muito <i>western</i>, cuba e <i>blues </i>à mistura. Uma verdadeira fusão mundial. O preço dos bilhetes varia entre 9 e 17 euros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 18px;"><b>Dias da Música</b>. O nome diz tudo. A sétima edição do festival decorre nos dias 19, 20 e 21, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. São três dias com 60 concertos (dos quais 11 são gratuitos), cerca de meia dúzia de palestras e um mercado novo e usado a decorrer durante o festival. Este ano, o festival aborda o tema “impulsos românticos”, nas vertentes histórico-musical e popular, propondo um roteiro musical que nos leva às raízes do Romantismo e à sua evolução até aos dias de hoje. Tudo pode ser escutado ao longo destes três dias de concertos, de Beethoven a Rachmaninov ou de Chopin a Lennon. Para além de abranger todo o período histórico do Romantismo, o festival terá também iniciativas alargadas à literatura e à cultura literária. Uma programação variada e diversificada, dirigida a qualquer faixa etária e a toda a família. Será que ainda se pode ser romântico no século XXI? Os Dias da Música têm a resposta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 18px;"><b>Texto por Francisco Fidalgo</b></span></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-55476893987431969752013-03-24T23:07:00.003+00:002013-03-24T23:10:37.404+00:00Reportagem: Ludovico Einaudi no CCB<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifGWosroueYXy1-bFBRca4pyh38Hlm5L7YqJd1Ic0NuqFf_JTisCXVAHnkdDovIfnFof3huZe1EVwLwL6Z35d7f5DcnnQjvxoqq0hB5pg36GxcdZb00q5Og_8xmvDcuD4z22W7V9rFyUIy/s1600/IMG_5746.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifGWosroueYXy1-bFBRca4pyh38Hlm5L7YqJd1Ic0NuqFf_JTisCXVAHnkdDovIfnFof3huZe1EVwLwL6Z35d7f5DcnnQjvxoqq0hB5pg36GxcdZb00q5Og_8xmvDcuD4z22W7V9rFyUIy/s1600/IMG_5746.JPG" width="400" /></a></div>
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Caras sérias, muito cabelo branco e uma enorme vontade comum que o relógio chegasse às 21 horas. Era este o ambiente da sala lisboeta que aguardava ansiosamente o regresso de Ludovico Einaudi e o seu Ensemble a Portugal. </div>
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O músico italiano editou, em Fevereiro, <i>In a Time Lapse</i>, álbum que marcou o regresso de Ludovico às edições e foi a desculpa perfeita para o seu regresso ao nosso país. Em palco, o músico contou com uma orquestra composta por violinos, guitarras, violoncelos, um metalofone, percussão, um steel drum e “live electronics”.</div>
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Apesar de andar no mundo da música há algum tempo, foi apenas no último ano que Ludovico conseguiu uma carreira mais estabilizada, esgotando inúmeras salas por todo o mundo e disponibilizando a sua música a bandas sonoras de filmes, de séries televisivas e de anúncios publicitários. </div>
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS_EUZscI2G0i33nnuKrNMzOj2UkqgI0WnW-3vxKQqdD1SYLqJe8wO6czpoyRQ0CJqCuUKPchMlTWYQn0NPS46gd3TLdPryxNA9QowoZPpDijPHX3olmN5vPOpUvuIykck2Mgz6RcBtuiT/s1600/IMG_5756.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS_EUZscI2G0i33nnuKrNMzOj2UkqgI0WnW-3vxKQqdD1SYLqJe8wO6czpoyRQ0CJqCuUKPchMlTWYQn0NPS46gd3TLdPryxNA9QowoZPpDijPHX3olmN5vPOpUvuIykck2Mgz6RcBtuiT/s1600/IMG_5756.JPG" width="400" /></a></div>
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Ao vivo, Ludovico transmitiu, para a sua plateia, um poder extraordinariamente emotivo, um tocar repleto de calma, de meditação e de preciosidade. Esta é talvez a maior explicação para o facto de a sua música tocar tanta gente pelo mundo fora e de tantas maneiras diferentes. No meio do concerto tivemos ainda oportunidade de ouvir Ludovico a solo, mostrando igual destreza e magia mesmo sem a sua orquestra atrás. Com ou sem a panóplia de músicos que o acompanhavam, Ludovico é Ludovico.<br />
Foram cerca de duas horas de extrema qualidade musical e o povo português ficou, certamente, com enorme vontade de ver mais uma vez este grande mestre das teclas. No fim, Ludovico foi brindado com uma longa e estrondosa ovação de pé por parte da plateia, que lhe despertou de certeza alguma curiosidade em voltar aos palcos portugueses. Nós cá o esperamos e, seguramente, com a casa cheia de novo.<br />
Um espectáculo arrebatador e algo surpreendente, que mostrou que Ludovico está à altura dos melhores compositores de música clássica dos dias de hoje. Se a perfeição existe, nós estamos perante dela.<br />
Resta apenas uma última palavra de agradecimento ao CCB, que nos acolheu com enorme disponibilidade e simpatia. Até à próxima.</div>
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<b>Texto por Francisco Fidalgo</b></div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-69978453241671367332013-03-22T19:31:00.000+00:002013-03-22T19:31:27.805+00:00Sugestão: Apparat - Krieg und Frieden <div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTMtF-z9J1-QLoTJ3_0n-q44BgttqoBHDOSUaABJ5_LMNcqNjFalkKCsnx5th_C1xTvJlMoAgp0cEMGNlCin5vcjx6qcmSuHSdUayPRU2uRR1SpRqLt-TJqfcREmXySmEJ3qTApo13F6st/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTMtF-z9J1-QLoTJ3_0n-q44BgttqoBHDOSUaABJ5_LMNcqNjFalkKCsnx5th_C1xTvJlMoAgp0cEMGNlCin5vcjx6qcmSuHSdUayPRU2uRR1SpRqLt-TJqfcREmXySmEJ3qTApo13F6st/s320/images.jpg" width="320" /></a></div>
Se falarmos de <i>Krieg und Frieden</i> falamos da interpretação musical de Apparat de uma das grandes obras de literatura, <i>Guerra e Paz</i> de Leon Tolstói. Uma obra com vários séculos contudo contemporânea.</div>
<div style="text-align: justify;">
Concentremo-nos na capa que, além do título, relembra através do seu design as lutas napoleónicas invocadas na narrativa de Tolstói.</div>
<div style="text-align: justify;">
O produtor alemão, Sascha Ring ou Apparat, como é mais conhecido no meio artístico, apresenta-nos sob esta índole erudita o seu nono trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Krieg und Frieden (Music for Theatre) </i>é um álbum construído por camadas de diversas densidades que prometem teletransportar o ouvinte para o enredo de <i>Guerra e Paz</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
O álbum conta com oito músicas no entanto encontram-se divididas em dez faixas, uma vez que<i> 44</i> e <i>K&F Thema</i> são tocadas em formato <i>pizzicato </i>(instrumentos de corda dedilhados) e em formato normal de Apparat, isto é, alternância entre a electrónica e aparelhos orquestrados.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de ouvir este trabalho várias vezes, percebi que o compositor nos quer dizer que cada faixa é um capítulo, correspondendo cada uma a diferentes partes integrantes e essenciais de um todo que se revela coerente no fim. Em <i>Lighton</i>, ouvimos a voz de Sascha pela primeira vez que se volta a ouvir de uma forma marcante em <i>Violent Sky</i>, lembrando-nos o dramatismo do romance de Tolstói. <i>Austerlitz</i>, confirma-nos a materialização musical de uma obra de época e <i>Pv </i>e <i>Blank Page</i> põem em evidência as influências musicais de Apparat, ou seja, a década de 90.</div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar da marcada influência de Leon Tolsóoi, <i>Krieg und Frieden</i> é um álbum que pode ser apreciado sem se conhecer<i> Guerra e Paz</i>, ou por outro lado, pode-nos atrair a ir ler e conhecer por dentro uma das maiores obras literárias de sempre e simultaneamente perceber a inspiração de Sacha Ring.</div>
<br />
<iframe frameborder="no" height="166" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=http%3A%2F%2Fapi.soundcloud.com%2Ftracks%2F74101977" width="100%"></iframe>
<br />
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<b>Texto por Joana Portugal</b></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-83017017592407557692013-03-20T22:17:00.000+00:002013-03-20T22:24:04.665+00:00Reportagem: Beach House no TMN ao Vivo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6pRWSSJNViepFM4Qn5AZY7OWt1gFaje14UqYo3Kh2ptpBadAcrVTasnGByf0jD6HgZXIu0EN6y54ALUCtbLqopACIxewTwm63moH__4vK4NUhK5uuagZxuaD_B967F8DTTGLe6lYyWmOa/s1600/vicky.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6pRWSSJNViepFM4Qn5AZY7OWt1gFaje14UqYo3Kh2ptpBadAcrVTasnGByf0jD6HgZXIu0EN6y54ALUCtbLqopACIxewTwm63moH__4vK4NUhK5uuagZxuaD_B967F8DTTGLe6lYyWmOa/s400/vicky.jpg" width="301" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Três anos depois do último concerto em Lisboa, o duo norte-americano de dream pop, Beach House, fez as delícias do público que encheu por completo a sala do TMN ao Vivo, na noite de 16 de Março. Saltitando por entre os temas de maior sucesso de três dos seus álbuns, o grupo de Baltimore embalou os presentes com as suas melodias sonhadoras.</div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira parte do concerto foi uma agradável surpresa. Acompanhada apenas pelos <i>loops </i>refrescantes do seu violino, a voz comovente e cheia se soul do músico de R&B, Marques Toliver,aqueceu o ambiente da sala à beira-rio, antes de receber a magia quase hipnótica dos Beach House.</div>
<div style="text-align: justify;">
As luzes baixaram para anunciar a chegada da banda principal. Alex Scally, guitarrista, Victoria Legrand, vocalista e teclista, e o baterista, Daniel Franz, são recebidos com entusiasmo. Ouvem-se os primeiros acordes de <i>Wild</i> e de seguida <i>Troublemaker</i>, duas das faixas mais marcantes do último álbum, <i>Bloom</i>, onde o público mostrou saber acompanhar a voz de Victoria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um pequeno episódio entre a banda e os fotógrafos também marcou este concerto. Um leve acenar de dedo de Victoria tentou mostrar a insatisfação da banda por estar a ser fotografada. Um movimento rápido de Alex retirou a objectiva que um dos fotógrafos tinha pousada no palco, reforçando o desagrado. Um incidente por esclarecer, que acabou com a entrega da objectiva e a retirada dos fotógrafos.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOWdgkDO832Zk5lqZSbF3_WHVCi5nUNruAcyIsqIDV2b8x4RjI288U0aTKMJ-L8YDHkiMI6vxVK1trvjelbXGLTRSu7eodq-AW_QWzlYuKdV39a6Kxjx3TLMkAS20sOKJhpRQgiYmFq_ZC/s1600/6119_623557737658885_710433194_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOWdgkDO832Zk5lqZSbF3_WHVCi5nUNruAcyIsqIDV2b8x4RjI288U0aTKMJ-L8YDHkiMI6vxVK1trvjelbXGLTRSu7eodq-AW_QWzlYuKdV39a6Kxjx3TLMkAS20sOKJhpRQgiYmFq_ZC/s320/6119_623557737658885_710433194_n.jpg" width="207" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Os momentos que se seguiram foram comandados pelos familiares sons dos álbuns <i>Teen Dream</i> e <i>Devotion</i>, deixando de parte qualquer referência ao álbum homónimo que lançou a banda em 2006. Por entre as faixas mais esperadas, a dupla de Baltimore não desiludiu, presenteando o público com músicas como <i>Walk in the Park</i>” e <i>Turtle Island</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os tons frios, arrastados e distantes, bem característicos dos Beach House, contrastaram com o brilho magnetizante do casaco de lantejoulas de Victoria, provocado pelo jogo de luzes à sua volta, parecia transformar a silhueta elegante da vocalista numa bola de espelhos humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Horas antes do concerto, podia-se ler no Twitter da banda “Lisboa, it’s been too long”, daí que não seja de estranhar que “Lisboa sempre foi e sempre será um lugar especial” tenham sido das poucas palavras que proferiram no decorrer do concerto. Esta relação crescente com a capital lusa apenas pede uma sala maior na próxima visita da banda.</div>
<div>
<b>Texto por Ana Isabel Dourado</b></div>
<div>
<b>Fotografia por Francisco Gonçalves Silva</b></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-48565647457364836622013-03-19T09:30:00.001+00:002013-03-19T09:30:15.684+00:00Reportagem: Talkfest'13<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/r-gFFRT5iE8" width="560"></iframe></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-703162036843133022013-03-10T20:51:00.000+00:002013-03-10T20:51:18.155+00:00O regresso do "camaleão"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEYvnKI2luaM39dX7XqbGBDQxLIqWN8opIMcTqkIxAJzg7UZjs-mnaI0l_nd16w940IT2Wpyx0bSfiP8wc6LrzcfN__avHMilQLcCEB5eZca_NLBdtOuRgiYlw2f_EO3_qmBnlwn85Yuc4/s1600/David_Bowie_B_W_1362680816_crop_550x343.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEYvnKI2luaM39dX7XqbGBDQxLIqWN8opIMcTqkIxAJzg7UZjs-mnaI0l_nd16w940IT2Wpyx0bSfiP8wc6LrzcfN__avHMilQLcCEB5eZca_NLBdtOuRgiYlw2f_EO3_qmBnlwn85Yuc4/s400/David_Bowie_B_W_1362680816_crop_550x343.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Quando já ninguém acreditava nem esperava o regresso de David Bowie às gravações, o artista britânico surpreende mais uma vez o mundo com o seu vigésimo quarto álbum de originais. No dia 8 de Janeiro, Bowie completou 66 anos, mas foi ele quem deu a prenda aos fãs. O músico lançou uma faixa nova e anunciou que ia lançar um álbum de inéditas dois meses depois, o primeiro após uma década de paragem. Agora, já é conhecida a data do retorno de Bowie ao mundo da música. O mais recente trabalho do músico chega às lojas no dia 11 de março com o carimbo da Sony Records e foi intitulado "The Next Day”. Já está quase, podemos começar a riscar no calendário o dia que resta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
Produzido por Tony Visconti, colaborador habitual e de longa data de Bowie, o álbum foi já considerado pela imprensa como uma “obra-prima” e como um dos álbuns que ameaça ser um dos melhores de 2013. Entre o rock e outra coisa qualquer, o álbum mostra um Bowie meditativo e apresenta-se com uma capa retrabalhada de “Heroes”. Mesmo após uma cirurgia complicada, Bowie parece permanecer em excelente forma e a sua voz continua na mesma, brilhante. No entanto, Bowie não está de maneira nenhuma à procura de um regresso pomposo e soberbo. Para isso já bastam os Rolling Stones.<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/gH7dMBcg-gE" width="560"></iframe>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
No Youtube já podem ser escutados os dois singles do álbum: "Where Are We Now?" e "The Stars (Are Out Tonight)". A primeira caracteriza-se como uma música mais arrastada e forçada, a fase mais sentimentalista de “The Next Day”. A segunda é a típica canção à Bowie. Acaba por nos lembrar os anos 80, mas actuais. Recheada de palmas, de violinos e de <i>backing vocals</i>, esta é muito provavelmente a melhor música do álbum.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para já, ainda não é conhecida nenhuma data de regresso de Bowie aos palcos. No entanto, o guitarrista da banda Gerry Leonard, em entrevista à Rolling Stone, afirmou que Bowie se mostrou entusiasmado quanto à possibilidade de apresentar os novos temas ao vivo mas que as hipóteses da realização da digressão são de 50%. Como fã incondicional do artista, penso que seria um milagre ver o Bowie de novo em palco. No entanto, os milagres também podem acontecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas ainda fica uma última questão por responder depois disto tudo: e agora? Será “The Next Day” um novo início às gravações de Bowie ou o remate final da carreira do artista? Infelizmente, ainda vamos ter de esperar mais um bocadinho para podermos responder a esta questão.<br />
<b>Texto por Francisco Fidalgo</b></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-23296359503551623812013-03-06T19:52:00.001+00:002013-03-06T19:52:21.518+00:00Reportagem: Ballister na Culturgest<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMMtxj6s9b1DKO69OJRupHSZrG-2iiJKXg5fQHf1f6JueD-RWHq0AzmYmsU35MsLmScQ7P7m-MKIOgATFgv5OpMlamyA9zSw26vR-QglkXyw9AtwHKSTsN3WXbnqBlRGdXBhAZONVRtdnv/s1600/IMG_5164.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMMtxj6s9b1DKO69OJRupHSZrG-2iiJKXg5fQHf1f6JueD-RWHq0AzmYmsU35MsLmScQ7P7m-MKIOgATFgv5OpMlamyA9zSw26vR-QglkXyw9AtwHKSTsN3WXbnqBlRGdXBhAZONVRtdnv/s400/IMG_5164.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-indent: 36pt;">Se isto é jazz então de nada importa desdobrar-me numa
conceptualização musical, geográfica e temporal acerca da banda. Já que todo o
ser dito jazzístico nutre um especial desprezo por esse parasita, que nos
impede de uma aproximação total e desafogada àquilo que é sonoro. Isto é, o que
importa reter quando se ouve jazz são as sensações. São os humores. É aquela
lembrança de que nascemos mamíferos bípedes, e que quem nos possibilita o
equilíbrio na caminhada é a música criada naquele momento. Sons, ruídos,
silêncios e toda a sorte de interjeições. Isso é prioritário.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Ao lançarem a pergunta “isto é jazz?”, a Culturgest assume
a existência de uma possível dúvida nas mentes dos espectadores. Pergunta
pertinente, pois os Ballister não tocam o típico jazz de fato e gravata. Preferem
antes, vestir a sonoridade com umas jeans rasgadas e uma camisa verde
fluorescente às bolinhas laranjas. São excêntricos na abordagem que fazem ao <i>new free-jazz</i>. Apesar de manterem uma
composição tradicional dos trios do hard bop, com a troca do contrabaixo pelo
violoncelo, são uns mestres do experimentalismo clássico, dissecando técnicas e
alterando-as com uma elegância cínica. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Ao subirem ao palco, percebemos o tipo de ser amorfo ali
presente. Passam propositadamente ao lado das palmas do público, pois elas não
passam de ruído. Pretendem transmitir a ideia de que quem assume o papel
principal na actuação são os instrumentos. São eles que narram a história. As
personagens são, portanto, as seguintes: um violoncelo electrificado, que vai
beber a energia ao arco e às mãos de<span style="font-family: "Georgia","serif";">
</span><span lang="EN-US" style="color: #0e0e0e; font-family: "Georgia","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: Georgia;">Fred Lonberg-Holm</span><span style="font-family: "Georgia","serif";">; uma bateria, (que mais parece o última
colecção de louças e panelas da<i> ideiacasa</i></span><i>) </i>que vai servindo de laboratório para a
criativa mente de Paal Nilssen-Love; dois saxofones, um tenor e outro alto, que
vão sendo estrangulados pela perícia de Dave Rempis. </div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtD-hKzS9RQ3vEKZRIr_iEeJJqdUSNJ7jaMvBdR-15Oj_27ykdxJcQIGR754qGbkU-WCCPsqkV-UuOtq5Ph9DKXLoiW6MXA6MAGiLm1jir83FadAC1MY5qv8mfspQTPtSSsTfyRqbnkfXx/s1600/IMG_5149.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtD-hKzS9RQ3vEKZRIr_iEeJJqdUSNJ7jaMvBdR-15Oj_27ykdxJcQIGR754qGbkU-WCCPsqkV-UuOtq5Ph9DKXLoiW6MXA6MAGiLm1jir83FadAC1MY5qv8mfspQTPtSSsTfyRqbnkfXx/s320/IMG_5149.JPG" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Sem marcação de compasso ou qualquer tipo de auxiliar
rítmico, eles irrompem numa espécie de caos controlado. Não posso afirmar que
tenham tocado esta ou aquela música, visto que foram raros os momentos de puro
silêncio dos três. Posso porém referir que iniciaram com uma composição
compreendida entre as balizas do punk-jazz e do jazz de fusão. Muita
agressividade e velocidade de execução. Expirações ofegantes, batidas múltiplas
e plurais, cortes afiados, e a presença de uma satisfatória melodia ditaram a
tónica dos primeiros momentos do concerto, fazendo lembrar <i>Acoustic Ladyland</i> ou <i>Polar
Bear</i>. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Após esta entrada sufocante, diminuiu-se o arroubo, e a
sonoridade passou por momentos algo esquizofrénicos, puxando-nos para um
cenário <i>lynchiano de </i>permanentes
tensões<i>.</i> Aqui, pudemos vislumbrar toda
a pertinência de Nilseen-love, tomando ele e a sua panóplia de pratos a
liderança da narrativa. Confesso nunca ter visto uma bateria a ser usada de
forma tão completa. Não se limitou à fronteira da pele e da batida seca. Ele arranhou,
riscou, amolgou, soprou e abanou. Criou o seu próprio mundo de metais e
madeiras, no qual ambos os elementos chocavam produzindo ora bramidos, ora
gritos. Mundo esse que permaneceu constantemente na órbita dos riffs do
violoncelo de Lonberg-Holm. Assumiu-se a perfeita inexistência de tonalidade,
estrutura formal, harmonia ou melodia. O que pode explicar o abandono precoce da
sala por parte de alguns espectadores. Para esses, aquilo não era jazz.</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTdssekOJEI3cCRB7BV36RX6bK_2mB1kaD2e91_AaCSQusi7XTaYAF3Y8D8NggWvYPtU2MnJnsokwdI2h7ujwRz3HuaMyZ1gU_g2ZLpcKBQMyrIwXtyC_DJUAU6FP2umwfKvd5mcREW4Dx/s1600/IMG_5142.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTdssekOJEI3cCRB7BV36RX6bK_2mB1kaD2e91_AaCSQusi7XTaYAF3Y8D8NggWvYPtU2MnJnsokwdI2h7ujwRz3HuaMyZ1gU_g2ZLpcKBQMyrIwXtyC_DJUAU6FP2umwfKvd5mcREW4Dx/s320/IMG_5142.JPG" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Rempis, como principal elemento solista, brinda-nos com
alguns “saxofones de goela aberta”. Isto, enquanto a improvisação estruturada
fica a cargo dos outros dois elementos da trupe. Em alguns momentos de especial “percussão
propulsiva”, pareceu-me que a democracia sonora exigia a presença de umas
guitarras lamacentas, tão características da irreverência eloquente dos Sonic Youth<i>. </i>Concluem com instantes de
domínio livre e anarquista. Somos transportados para um espaço incandescente
onde somos perturbados por unidades físicas ignóbeis. Algo se revela. Contudo,
a descoberta já está em curso.</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi18zbzZgaXqcI-fI6-hQ3txctgHy4SIbKI9DC-WrynzdODpKYKIfWc0nQvN9OQBejO_i5EzIV9v3Rlu0xQsc6DXisxutitRuqT4yI29tpDSilz_zA00KyAdwcqwDTz-QEtiMVN7D8Y9Gup/s1600/IMG_5154.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi18zbzZgaXqcI-fI6-hQ3txctgHy4SIbKI9DC-WrynzdODpKYKIfWc0nQvN9OQBejO_i5EzIV9v3Rlu0xQsc6DXisxutitRuqT4yI29tpDSilz_zA00KyAdwcqwDTz-QEtiMVN7D8Y9Gup/s320/IMG_5154.JPG" width="213" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"> No fim, vem-me à memória a inquietante
pergunta que Tom Waits faz no álbum </span><i style="text-align: justify;">Mule Variations: </i><span style="text-align: justify;">“what’s he building in there”. O mesmo se poderia questionar
aos Ballister. Podemos não ter a certeza do que eles estão a construir, mas
sabemos o que pretendem destruir: as grilhetas impostas pelo som
estandardizado. Sorriamos, pois aos nossos pés, abraçadas pelo encarnado
vitorioso, vegetam os símbolos do encarceramento auditivo a que estávamos
sujeitos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
De assinalar a ultima incursão sonora dos ballister “mi
casa es en fuego”. É claro que a casa arde, contudo nós <a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8630473725570025998" name="_GoBack"></a>(talvez
devido ao estado de sobriedade inadequado) gostamos demasiado do som que as
chamas produzem ao consumi-la.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
<b>Texto por João Pedro Silva</b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b>Fotografia por Francisco Fidalgo</b></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-63630362841229847912013-03-06T00:11:00.001+00:002013-03-06T00:15:43.224+00:00Talkfest'13: Falam, falam e até dizem alguma coisa de jeito<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT5CNSKRHNOSIh_z3duwUAz5kYjHqa3TIqqmal6pDJ2qm0e_gVxIbKrCM1f2R1sd3tEV8A6I7qEDzV-zzze1eCp5sf1Zap_uY1jNxbsJ9kVHhUiGBS2NLOHANTjjNYoXAyL736T9y1cjmD/s1600/Cartaz_Talkfest13-Final__.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT5CNSKRHNOSIh_z3duwUAz5kYjHqa3TIqqmal6pDJ2qm0e_gVxIbKrCM1f2R1sd3tEV8A6I7qEDzV-zzze1eCp5sf1Zap_uY1jNxbsJ9kVHhUiGBS2NLOHANTjjNYoXAyL736T9y1cjmD/s400/Cartaz_Talkfest13-Final__.png" width="282" /></a></div>
Nunca fomos ao Talkfest mas sabemos o que esperar. Numa altura em que Troika e Governo se desdobram em reuniões a debater o futuro do país, outra discussão vai-se destacar, a partir de amanhã, como igualmente importante: o futuro dos festivais de música em Portugal. Sim, falar de festivais é lembrar grandes bandas, grandes concertos ou grande farra, mas Talkfest é o festival que está um passo ao lado. Ou melhor, para nós, um passo à frente. Para além de ficarmos a conhecer um pouco melhor o que vai na cabeça dos verdadeiros <i>boys</i> da indústria festivaleira nacional ou de vermos os mais <i>rookie</i> a dar cartas como gente grande, vamos ver discutida música e a melhor forma de desfrutar da mesma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="100" src="http://www.youtube.com/embed/3D43AvNoT2Y" width="420"></iframe>
</div>
Se por um lado temos sorte em ter nascido nesta era dourada dos festivais, por outro, temos também de reconhecer a forma como temos sido mimados com projectos de alto calibre. Se Salto, Paus ou Capitão Fausto não são já jóias da coroa do património musical português, pelo menos capazes de espelhar um universo que parece mais ou menos imune à crise. De dia 6 a 8 de Março, entre ISEG e Aula Magna, seja nas conferências, nas masterclasses ou nos concertos, encontramo-nos por lá. Até amanhã!</div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-29810076150413567412013-03-01T16:36:00.001+00:002013-03-01T16:36:53.839+00:00Cartaz EDLTD: Março<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtLcH89eozAJo4C7SngSpBZ-ggZjX250LQSyAy72PTGBLj5y3MPtZ97jU1NpJSPWbugsH6xbFaEEzfUUaMD03gmv0H2fa6pBwOhpN2zyNin_cSFKUlefy8nvWe0tfYbc6mMYkdHk2ZzdBu/s1600/0baa81ec903f3e39e4328281ae6bab58.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtLcH89eozAJo4C7SngSpBZ-ggZjX250LQSyAy72PTGBLj5y3MPtZ97jU1NpJSPWbugsH6xbFaEEzfUUaMD03gmv0H2fa6pBwOhpN2zyNin_cSFKUlefy8nvWe0tfYbc6mMYkdHk2ZzdBu/s320/0baa81ec903f3e39e4328281ae6bab58.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E como Março está aí à porta,
aqui ficam as nossas sugestões para preencherem as vossas agendas. Não vai ser
como Fevereiro, mas está lá quase.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de um concerto
surpreendente no festival Optimus Primavera Sound em 2012, os<b> Yo La Tengo</b>,
banda veterana do <span lang="EN-GB">indie rock</span><span lang="EN-GB"> </span>norte-americano, está de regresso ao nosso país para mais
dois concertos: dia 1 na Aula Magna, em Lisboa, e no dia 2 na Casa da Música,
no Porto. Formados em New Jersey em 1984, o grupo virá ao nosso país apresentar
o seu décimo-terceiro álbum de originais intitulado <i>Fade</i> e editado no início deste ano. Considerada uma das bandas mais
conceituadas do <span lang="EN-GB">indie</span>
rock mundial, os três músicos do grupo conseguem criar uma música consistente e
cheia de diversão à mistura. O som dos Yo La Tengo é, para aqueles mais
selectivos, algo delicioso e extravagante. Os bilhetes custam 24€ para o
anfiteatro e 30€ para os doutorais (na Aula Magna) e 12€ para a cidade invicta.
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqqMJtDFu18V4aa_NzLeA7SQgW7Tro8L7N52JR4zuvRgK0FIhdgxw-s03Zt2oazZlcHAFUgdBa_qS-QG_k8vX05E_q5akpNkXQ2hfkZS2n8W7zXWykffv3tR7WJ8zo411qM9vT3zbqfR3O/s1600/yo+la+tengo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqqMJtDFu18V4aa_NzLeA7SQgW7Tro8L7N52JR4zuvRgK0FIhdgxw-s03Zt2oazZlcHAFUgdBa_qS-QG_k8vX05E_q5akpNkXQ2hfkZS2n8W7zXWykffv3tR7WJ8zo411qM9vT3zbqfR3O/s400/yo+la+tengo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No dia 2, o funk está de volta ao Musicbox. O fogoso Silk e os seus
companheiros <b>Cais do Sodré </b><span lang="EN-GB"><b>Funk</b>
<b>Connection</b></span><b> </b>estão de regresso ao bar mítico do cais para mais uma noite
de pura <i>funkalhada</i> que, certamente,
não vai deixar ninguém parado. Já com um álbum editado e com um legado de
concertos de norte a sul do país, este estrondoso grupo com fortes influências
em bandas como <span lang="EN-GB">Kool & The
Gang</span> ou <span lang="EN-GB">Otis Redding</span>,
promete mais um concerto devastador e electrizante que muito vai dar que falar
mais uma vez. A reencarnação portuguesa do icónico James Brown, com toda aquela
poderosa energia característica da música negra, por uns meros 6€. Nós vamos lá
estar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No dia 5, <span lang="FR"><b>Eve Risser</b>, <b>Benjamin Duboc</b> e <b>Edward Perraudo</b></span>
vão subir ao palco do pequeno auditório da Culturgest para mais uma edição do
ciclo "Isto é Jazz?". O trio francês editou o ano passado o álbum <i><span lang="IT">En
Corps</span></i>, muito bem acolhido pela crítica especializada e considerado
por muitos como o melhor álbum de 2012. O grupo sugere uma forma completamente
diferente de fazer jazz, dentro do típico triângulo de piano, bateria e
contrabaixo. Ao vivo, a banda entrega-se de corpo e alma à sua plateia,
revelando o seu potencial na comunicação entre o grupo e o público, sem
complicações nem interferências. Os bilhetes para o concerto estão à venda pelo
preço único de 5€. Se não ficaram convencidos, vão ver para crer.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQLrTcISHtyyh3UedxRG6hnDS4WQsESvAx3RJkcnxAYdCd_CJ4IlUECgwzd-V3fv8Ks4SrFXKf05wSCAnsZvKWiAUOJKIlSpreliBdN439MgfE2DGVR-VPIp7vs89GPuIr_LBprpCJDLP9/s1600/PAUS-no-Optimus-Alive-2012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQLrTcISHtyyh3UedxRG6hnDS4WQsESvAx3RJkcnxAYdCd_CJ4IlUECgwzd-V3fv8Ks4SrFXKf05wSCAnsZvKWiAUOJKIlSpreliBdN439MgfE2DGVR-VPIp7vs89GPuIr_LBprpCJDLP9/s400/PAUS-no-Optimus-Alive-2012.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E agora, espaço para um dos
eventos mais aguardados deste ano: a segunda edição do <b>Talkfest</b>. A acontecer
nos próximos dias 6, 7 e 8, no auditório da Aula Magna e no auditório CGD do
ISEG, o Talkfest promove colóquios sobre o futuro dos festivais nacionais, bem
como uma série de concertos de algumas das mais prometedoras novas bandas
portuguesas. Por lá vão passar os oradores Álvaro Covões (director da <span lang="EN-GB">Everything is New</span> e do
Optimus Alive), Joaquim Albergaria (músico da banda PAUS e curador da rádio
Vodafone FM), Joaquim Durães (director do festival Milhões de Festa), <span lang="EN-GB">Saul Davies</span> (membro da banda
britânica James), entre outros, e alguns concertos de bandas como PAUS, Capitão
Fausto ou Salto. Dedicado a todos os profissionais, a estudantes ou a qualquer
curioso festivaleiro, o Talkfest reúne num mesmo espaço uma série de debates e
reflexões sobre a evolução da música e dos festivais nacionais. No fundo, uma
conversa acerca dos festivais de verão que tanto interesse suscitam entre nós.
Os bilhetes estão à venda nos locais habituais e o preço varia desde 5€ para as
conferências, 10€ para os concertos e 25€ para quem quiser um passe para os
três dias. Tudo sobre os festivais num evento só. Imperdível.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilQL66Ds46QE47nCqBD0eEq7IfolxhiE_0YywnL4v1itUmSMNZMMo11PongzyJZMqcrswp-DI3mpO_oLd5ZDuvK5JuzYZSQ1Ma-G83QtCV31FjJJIjK4KLsw5Fnvs0HzLyMjgqKKWcL2sq/s1600/beachhouse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilQL66Ds46QE47nCqBD0eEq7IfolxhiE_0YywnL4v1itUmSMNZMMo11PongzyJZMqcrswp-DI3mpO_oLd5ZDuvK5JuzYZSQ1Ma-G83QtCV31FjJJIjK4KLsw5Fnvs0HzLyMjgqKKWcL2sq/s400/beachhouse.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por fim, ficamos com o regresso
dos <span lang="EN-GB"><b>Beach House</b></span>. Depois
de uma actuação também no festival Optimus Primavera Sound em 2012, a banda americana
está de volta a territórios lusitanos para dois concertos intimistas e auspiciosos.
Os locais escolhidos para a realização dos concertos foram a sala TMN ao Vivo
em Lisboa (no dia 16) e o Hard Club no Porto (no dia seguinte). Agora em nome
próprio, o duo composto por <span lang="EN-US">Victoria
Legrand</span> e Alex Scally trazem consigo <i><span lang="EN-GB">Bloom</span></i><span lang="EN-GB">,</span><span lang="EN-GB"> </span>o seu mais
recente álbum de originais. Um álbum <span lang="EN-GB">dream pop</span> único,
comovente e com um ritmo bastante lento, baseado na voz e no som sublime dos
teclados de Victoria e muito bem acompanhada pela guitarra <i><span lang="EN-GB">droning</span></i> de
Alex. O preço dos bilhetes é de 27€ em ambos os espectáculos. Um concerto que
aguardamos com muita expectativa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Texto por Francisco Fidalgo</b></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-69938641555772370532013-02-20T22:12:00.000+00:002013-02-20T22:12:08.551+00:00Argumento: The Rat - The Walkmen<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmVY2iciJO89LdcBOtvMx32DBxfZMOVu-Fgn9xIyXej7V8JqN8U1cQjp_ZpBlARFhhcU1ngnYfHkdPoBRtyEoHiKY-6UZArHFubhilJtUu2gphhJDViFUBHBiffG4as7mZewYqL-nER1Po/s1600/660x495bb.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmVY2iciJO89LdcBOtvMx32DBxfZMOVu-Fgn9xIyXej7V8JqN8U1cQjp_ZpBlARFhhcU1ngnYfHkdPoBRtyEoHiKY-6UZArHFubhilJtUu2gphhJDViFUBHBiffG4as7mZewYqL-nER1Po/s1600/660x495bb.gif" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Sou um homem que caminha com ratos nos meus calcanhares. Roem-me a alma por dentro e por fora ao mesmo tempo. Perturbações que implodem no meu núcleo. Explosões de raiva descontroladas. Bato na tua porta. Bato na tua porta porque não quero que saias. Não quero que saias e me leves de novo contigo para o fundo do mar que me afogou durante tanto tempo. Quero <i>carborizar-me</i>. Transformar o que me bate por dentro e me faz bater na tua porta em ondas de libertação. Quero ser livre de ti. Livre do passado que foi bom e agora continua a ser bom mas mau ao mesmo tempo. O ciclo terminou. Não há mais. Não pode haver. A porta tem de continuar fechada. A música que me cantas do lado de lá não pode entrar em mim. Veneno. Os meus punhos têm de silenciar o passado que tentas, vezes e vezes, arremessar contra mim. Os partidos ossos das minhas mãos têm de doer mais do que o passado. Têm de doer mais do que a sensação de falar sozinho que tantas vezes me obrigaste a provar. Raiva tem de travar o amor. Silenciá-lo com gritos de revolta conservada em amargura. Não há mais. Alguém por favor me faça parar de bater. Por favor me ajude a suportar o vento com que luto. Preciso de fechar os olhos e respirar liberdade. Preciso. Só quero fechar os olhos e não ter de fazer mais nada. Fechar os olhos e caminhar em frente para as brisas que quero sentir na cara. A confortar-me. A confortar o meu corpo gasto e cansado. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A vitória vai ser minha. A raiva será triunfo. Saltarei com os bolsos vazios do que lhes fazia pesar. Nada daí sairá mais. Nada. Vou sair. Não me terás mais e vais-te arrepender daquilo que fizeste por não ouvir. A arrogância será o que te fará rastejar. Ironia. As minhas mãos vão sarar e seguraram outras mãos que vão ter o que olhaste de alto e que agora nem sequer o meio consegues ver. Vou domar as ratazanas e torná-las minhas amigas. E aí serei de novo um homem que caminha. Agora em frente e não para trás.</div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/aWR1h-5EzUo" width="420"></iframe></div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-87775291640938253302013-02-19T22:13:00.000+00:002013-02-19T22:46:38.268+00:00SUGESTÃO: Best Youth/We Trust - There Must Be A Place<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC3QSPprmvc4WX8Wpx55sbkIsygBqZEUNJsT_PXboIv38cizUzt8mqu7hIkctyEL8idCY_QhK4NXw1mS6fnnMC1wPZNTn05I7KOJ501ll6CAlGatSIQwkpn-onv8z7b_JcTDr2MVO-z8MK/s1600/There_Must_Be_a_Place.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC3QSPprmvc4WX8Wpx55sbkIsygBqZEUNJsT_PXboIv38cizUzt8mqu7hIkctyEL8idCY_QhK4NXw1mS6fnnMC1wPZNTn05I7KOJ501ll6CAlGatSIQwkpn-onv8z7b_JcTDr2MVO-z8MK/s320/There_Must_Be_a_Place.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Trazidos pelos ventos do Norte, chega agora às bancas a simbiose de Best Youth e We Trust, com o álbum <i>There Must Be A Place</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
A democracia sob forma de partilha harmoniosa é de destacar neste projecto uma vez que duas bandas com influências diferentes, Best Youth circundado com o seu pop electrónico e We Trust com o seu indie-folk, dividem o palco e este álbum com músicas de autoria de ambos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste disco encontramos reinterpretações de músicas já conhecidas, destacando-se os arranjos leves e sofisticados que nos transportam para outra aura da música nacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta combinação frutífera destacam-se os temas <i>Shouts </i>e <i>Tell Me Something</i> onde as vozes de Catarina Salinas e André Tentugal trazem novas abordagens a melodias já ouvidas anteriormente.</div>
<div style="text-align: justify;">
A Primavera chega precocemente com <i>There Must Be A Place</i>, num disco pluma com arranjos sofisticados onde as duas bandas se entrelaçam como o céu e o mar na linha do horizonte.</div>
<div style="text-align: justify;">
We Trust e Best Youth serão o ponto de partida para outras colaborações entre a nossa gente? Fica aqui o desafio para os leitores atentos, para que se incentive o progresso daquilo que se faz cá dentro, embora o alerta para a valorização da nossa língua fica longe do ideal.</div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="50" src="http://www.youtube.com/embed/CYwZwx7vimQ" width="300"></iframe><br /></div>
<b>Texto por Joana Portugal</b>Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-74816704262396139772013-02-12T21:05:00.001+00:002013-02-12T21:13:12.359+00:00REPORTAGEM: Brass Wires Orchestra no Musicbox<!--[if gte mso 9]><xml>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A música está-se a tornar cada
vez mais parte influente da nossa sociedade, mas com ela surge sempre associada
a tendência maliciosa de menosprezar o que no nosso país é feito. O que
escusado será dizer que é errado. Hoje em dia, o folk está a ganhar cada vez
maior terreno e Portugal mostra mais uma vez que não fica nada atrás. No
estrangeiro surgem fenómenos como <span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">Beirut</span>, <span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">Fleet
Foxes</span> ou, mais recentemente, <span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">Mumford and Sons</span> e a nível nacional aparecem também os Brass
Wires Orchestra, totalmente equiparável às bandas anteriormente mencionadas.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib1zKPd_EJ7LDBrp1rXk-jaaclIOvo7JsQVXM3Ajf4NcVgZCZliLqZuTYe969-gHf90eyKUegMWjXtGz4tVso5pgk-nnxkc8STnWL83ZoZH5LMBGdZ14TOj2xRTlfabmsHI8PB-Cuq0uri/s1600/7.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib1zKPd_EJ7LDBrp1rXk-jaaclIOvo7JsQVXM3Ajf4NcVgZCZliLqZuTYe969-gHf90eyKUegMWjXtGz4tVso5pgk-nnxkc8STnWL83ZoZH5LMBGdZ14TOj2xRTlfabmsHI8PB-Cuq0uri/s400/7.JPG" width="266" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de passarem por grandes
festivais a nível nacional como Paredes de Coura, o Vodafone Mexefest ou,
curiosamente, pelo Boom Festival, esta excelente orquestra que nos leva a
viajar pelo seu revivalismo folk passou esta quinta-feira pelo Musicbox em
Lisboa. O concerto serviu de antecipação para o breve lançamento de <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">Cornerstone</span></i>, primeiro álbum da banda. Para recebê-los estava
uma sala esgotada e ansiosa pelo momento da sua chegada ao palco. A voz de
Miguel da Bernarda aparecia acompanhada pela voz de um público energético
rendido à sede de também ele se fazer ouvir. A já conhecida entre nós <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">Tears of Liberty</span></i> (single de apresentação do seu álbum de
estreia), foi um dos momentos mais altos da noite, sendo escolhida de novo para
ser ouvida no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">encore</i>. No alinhamento
estava incluída também<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;"> Finders Keepers</span></i>, tema que já pode
ser escutado em algumas rádios do nosso país. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2CTAOgD8AehIZMx9RhS62SgFX0xPkPeixMdPGrw2mJUobRysvcOzwKHpTbVRE7tiXSRiLsOSf3jHrCe4mSMRGJId5MIFS5DKzew-saW8argh71QjeIdR152K-Hb-cuO7tgEiFZ_0FVDlK/s1600/10.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2CTAOgD8AehIZMx9RhS62SgFX0xPkPeixMdPGrw2mJUobRysvcOzwKHpTbVRE7tiXSRiLsOSf3jHrCe4mSMRGJId5MIFS5DKzew-saW8argh71QjeIdR152K-Hb-cuO7tgEiFZ_0FVDlK/s400/10.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A empatia que se fez sentir entre
os membros da banda juntamente com o enorme orgulho com que se apresentam em
palco, foi a receita perfeita para uma noite extraordinária e de boa música à
mistura. O que o futuro guarda para estes Brass Wires Orchestra ainda está para
ser descoberto. Mas nós vamos lá estar certamente para ver. Que o folk esteja
convosco!<b> </b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Texto e fotografia por Francisco Fidalgo</b></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-18670020317885925252013-02-11T21:32:00.000+00:002013-02-11T21:37:12.950+00:00ENTREVISTA: Um Corpo Estranho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2_UAwISRyEc4_vL-OnnQBMO3L8JDcMPzjS33tkDy9ctgJbwp4fSe-z0FYu7wrx59KhXkAxGkwxplI48o0iLROBQh3BKLofrw-O5jgenNKFrRxmy0J4LeZQYnXIQF3q1TxwSxmKGyWhWa0/s1600/Um+Corpo+Estranho+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2_UAwISRyEc4_vL-OnnQBMO3L8JDcMPzjS33tkDy9ctgJbwp4fSe-z0FYu7wrx59KhXkAxGkwxplI48o0iLROBQh3BKLofrw-O5jgenNKFrRxmy0J4LeZQYnXIQF3q1TxwSxmKGyWhWa0/s400/Um+Corpo+Estranho+2.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A música dos Um Corpo Estranho tem qualquer coisa que até nós ainda temos que descobrir. Com um EP no currículo, estará no futuro a resposta a essa descoberta. Em entrevista, a banda setubalense explica-se e tudo fica, de facto, mais claro. Entre o caminho até ao presente, a sua naturalidade, as influências e outros pormenores deliciosos, eis um projecto a ter em conta.</div>
<div style="text-align: justify;">
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<b>Já disseram ter tido outros projectos que ficaram pelo caminho ou que ainda estão por acabar. O que encontraram em Um Corpo Estranho que vos fez chegar mais longe?</b></div>
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Um Corpo Estranho é um projecto bicéfalo, o que na sua essência já aponta para um diálogo num caminho que abre mais horizontes do que um monólogo. Ambos tínhamos projectos que contavam apenas com uma pessoa, o que talvez fosse um processo mais solitário e mais difícil, por isso, de levar a bom porto. Somos amigos há muitos anos e conhecemo-nos bem musicalmente, daí ter resultado uma simbiose muito natural.</div>
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<b>Se há coisa que vos caracteriza é a atitude positiva da vossa sonoridade, bem como uma certa brincadeira e ironia nas vossas letras. Concordam com esta visão? Mesmo que varie de tema para tema, esta é uma ideia que procuram transmitir com a vossa sonoridade?</b></div>
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É uma brincadeira que levamos a sério. Há uma espécie de catarse que acontece naturalmente quando estamos a escrever. Não pensamos muito na mensagem a retirar de cada tema, porque é um universo volátil. Cabe a cada pessoa que ouve atribuir-lhe um significado. Para nós, as letras são pequenos exorcismos, onde, por vezes, os fantasmas que libertamos são difíceis de identificar. Mas sem dúvida que nos divertimos imenso e há um positivismo latente envolvido no processo.</div>
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<b>Setúbal pode ser mais conhecida como a cidade que viu nascer José Mourinho, mas nos últimos tempos temos visto crescer na vossa cidade um conjunto de projectos (Tio Rex, por exemplo), que têm acrescentado valor a panorama cultural da cidade. Também sentem o mesmo? É importante para vocês fazer parte deste crescimento?</b></div>
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Gostávamos de pensar que Setúbal é mais conhecida por ser a cidade berço do poeta Bocage, ou de Sebastião da Gama. É uma cidade com um espólio cultural de referência no país. No que toca a música, tem efectivamente sido prolífica nos últimos anos. Além do mencionado Tio Rex, projectos como Mazgani, More Than A Thousand, Hands on Approach, Celina da Piedade, ou, num espectro mais experimental, Vítor Joaquim, têm sido bandeiras de referência no panorama nacional e internacional. Mas talvez ainda nos falte um Mourinho musical para impulsionar condições para outros tantos projectos emergentes na cidade e no distrito.<br />
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<b>Talvez seja por cantarem em português, mas sentimos que as vossas referências musicais passam por alguns artistas nacionais. Que nomes conseguem apontar como importantes na definição da vossa sonoridade?</b></div>
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É possível. Somos ambos ávidos consumidores de música e o que ouvimos acaba inevitavelmente por nos contagiar. É a velha máxima da arte que se alimenta dela própria. Não sei se existe uma referência concreta, mas existem artistas incontornáveis como é o caso de José Afonso, Jorge Palma ou um mais recente Manel Cruz. Dentro da portugalidade bebemos muito do nosso fado, da musica cabo-verdiana de uma Cesária Évora, ou do cancioneiro de Chico Buarque, por exemplo. Mas temos, em igual parte, uma grande influência da musica negra norte-americana, do tango argentino de Gardel, ou da guajira cubana de Ibrahim Ferrer e Compay Segundo. Todas estas expressões são importantes para nós.</div>
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<b>No tema <i>Amor em Contramão</i> transmitem toda uma "mood" misteriosa, quase sussurrante e enigmática, que vem acompanhada, no seu videoclip, de diversas imagens do universo cinematográfico. Conseguem de alguma forma relacionar-se com o cinema?</b></div>
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Talvez não aconteça conscientemente, mas agora que penso nisso, tanto a letra como a melodia dos temas passam por um processo idêntico na composição. Há um história para contar, ou talvez seja uma anti-estória, mas, no fundo, criamos um guião onde vamos atribuindo um cenário e profundidade às personagens que o habitam. No entanto, gostamos de dar liberdade a quem colabora connosco no sentido de levar os temas a lugares que os nossos “ângulos mortos” não nos permitiram ver. No caso do <i>Amor em Contramão</i> deixámos ao cuidado do António Aleixo, da Low Cost Films, que o enriqueceu com a sua visão, que abriu portas para interpretação do tema, ao mesmo tempo que também acaba por ser uma espécie de homenagem a alguns grande clássicos da sétima arte.</div>
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<b>O EP de estreia <i>Um Corpo Estranho</i> está já nas lojas disponível a todos. A que sabe conseguir editar um trabalho e quais são os planos para o futuro da banda?</b></div>
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Este primeiro EP foi muito importante e temos tido um feedback surpreendente. Somos muito acarinhados pelas pessoas que o ouvem e não existe motivação melhor que essa. Estamos felizes com a nossa relação com a Experimentáculo Records que tem uma equipa fantástica e têm sido impulsionadores de vários projectos da região. Para já temos o EP disponível por encomenda no nosso site, em formato edição de autor. Estamos neste momento a trabalhar em temas novos, com edição marcada para breve.</div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-14843880427052754762013-02-01T20:26:00.003+00:002013-02-01T20:26:33.310+00:00Fevereiro, um mês promissor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ5TzSK9b96w8AnIHSeqFZ-pwwY7az5J_xZ3AFFZHMQMwuh2oUOSS0G7QSXAVqjMV76wdIWXoBkVByWMUh2hbak4TX_F2AKFt7LW4_QbIsYot8-RcC2SCPCD2-bUBfI031qhJi7OgzoeXG/s1600/cc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ5TzSK9b96w8AnIHSeqFZ-pwwY7az5J_xZ3AFFZHMQMwuh2oUOSS0G7QSXAVqjMV76wdIWXoBkVByWMUh2hbak4TX_F2AKFt7LW4_QbIsYot8-RcC2SCPCD2-bUBfI031qhJi7OgzoeXG/s320/cc.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="text-align: justify;">Fevereiro ameaça ser um mês em grande para os amantes da boa música. Neste mês vão passar grandes artistas pela capital, tanto a nível nacional como a nível internacional. Ainda são alguns tostões, mas vai valer a pena. Estas são as nossas propostas.</span><br />
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Para começar, é já nesta sexta que<b> Julie & The Carjackers</b> sobem ao palco do pequeno auditório do CCB. Formados em 2009 por João Correia e Bruno Pernadas, este grupo apresenta-se com o rótulo de rock-folk, resultante de um “cruzamento imaginário, onde a bossa do Chico encontra a coolness do Beck”. <i>Parasol</i>, primeiro álbum da banda, está repleto de diferentes ambientes sonoros, de arranjos riquíssimos e de uma diversidade instrumental contagiante. Além das faixas do álbum, serão incluídos no alinhamento alguns temas inéditos. Os bilhetes para o concerto de Julie & The Carjackers no CCB custam entre 11 e 13,50€.</div>
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No sábado vamos ter a honra de voltar a ver <b>Nicotine’s Orchestra</b>. Depois de um estrondoso concerto no festival Vodafone Mexefest, Nick Nicotine, ou homem em movimento como foi definido pelo Público, vai passar este sábado pelo Musicbox. <i>Gypsicália</i>, o seu novo disco, que conta com as participações da portuguesa Miúda e dos brasileiros Alex Kassin e Marcelo Camelo, volta a trazer o enérgico amor ao blues, ao tropicalismo, à soul e ao rock n’roll. O bilhete para o concerto custa 6€, e terá como convidado especial Marcelo Camelo.</div>
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Também pelo Musicbox, chega-nos <b>Brass Wires Orchestra</b>, uma das novas revelações da música nacional. Já deixaram de ser um segredo bem guardado, pelo menos para aqueles a quem a música portuguesa realmente importa. Já com uma vasta colecção de actuações nos festivais nacionais, dos quais se destaca também o concerto no Vodafone Mexefest e em Paredes de Coura, a banda alfacinha já passou também pelo Hard Rock Calling 2012 em Londres. Oito amigos, mas mais que isso, oito irmãos, prontos a contagiarem o público com a sua música. Para ouvir a 7 de Fevereiro, e apenas pelo preço mínimo de 5€.<br />
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A Galeria Zé dos Bois é um espaço algo escondido para quem vagueia indiferente pelas ruas do nosso Bairro Alto. Por lá vai passar no próximo dia 13 a banda canadiana <b>Metz</b>. Os Metz são Alex Edkins, Hayden Menzies e Chris Slorach, que trazem na bagagem o seu noise-rock poderoso. Chris Slorach e Alex Edkins conseguem com as suas guitarras produzir sons encantadores, enquanto Hayden Menzies na bateria concilia a sua força grosseira com a rapidez imposta pela melodia. Os Metz vão marcar a história do rock mundial, oiçam o que eu vos digo. Uma noite de saudação ao rock, por uns miseráveis 8€. Os bilhetes para o concerto estão à venda nas lojas de discos Flur e Matéria Prima, e na bilheteira da ZDB.<br />
Um dia depois, no dia dos namoraditos, os islandeses <b>Sigur Rós</b> voltam a Portugal após três anos de pausa, para um concerto mais intimista e pessoal. Idolatrados por grandes nomes da música, como os Radiohead, os Sigur Rós surpreendem pelo complicado jogo de ideias e misturas que os levam das melodias pós-rock a elementos de música clássica. Jón Þór Birgisson, Georg Hólm, Kjartan Sveinsson e Orri Páll Dýrason, são os complicados nomes dos membros desta banda, que surpreendeu o mundo com a sua qualidade, e, principalmente, com a sua originalidade. O concerto de apresentação de <i>Valtari</i> (editado em Maio de 2012) terá lugar no Campo Pequeno e o preço dos bilhetes varia entre 25 e 35€. A primeira parte fica a cargo dos ingleses Blanck Mass.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhizY06sJK13-dhcoCBMqOC_XDvBCn1mgV_-vt65z7-kLoKknlcxuJCoWYrAiK1Sd4oJPhBvjqRzSXESOABkdRTvdEXkbvB-zEAzrx1cWaHBLWYNsoqYrZpbrTKSp-XwD9_tfaxqnDVyyhU/s1600/3531154_300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhizY06sJK13-dhcoCBMqOC_XDvBCn1mgV_-vt65z7-kLoKknlcxuJCoWYrAiK1Sd4oJPhBvjqRzSXESOABkdRTvdEXkbvB-zEAzrx1cWaHBLWYNsoqYrZpbrTKSp-XwD9_tfaxqnDVyyhU/s1600/3531154_300.jpg" /></a></div>
<span style="text-align: justify;">Já com o terceiro álbum editado, os <b>Crystal Castles</b> regressam a Portugal no dia 17 para um concerto na sala TMN ao Vivo. A energia selvagem de Alice Glass e a musicalidade cerebral de Ethan Kath fazem dos Crystal Castles uma das duplas mais entusiasmantes e bombásticas do momento, cruzando a música electrónica experimental com o punk. Depois de uma estrondosa actuação em 2011 no festival Paredes de Coura, com um público completamente entregue à loucura transmitida pela dupla, os Crystal Castles voltam às nossas terras para um concerto que promete ainda ser mais explosivo. A não perder. Irão ser os 27€ mais bem gastos de toda a vossa vida. Aqui o prometemos.</span></div>
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Para finalizar, resta apenas falar de <b>Ballister</b>. Oriundos de Chicago, os Ballister são formados por Dave Rempis e pelos seus saxofoxes, pelo violoncelista Fred Lonberg-Holm (que está a cargo das funções da guitarra e do baixo) e por Paal Nilseen-Love, entregue à bateria. Com influências desde o Miles Davis eléctrico ao hard bop de Sonny Rollins, a música produzida por estes Ballister só podia ser livre, barulhenta e agressiva, e tem o objectivo de abrir caminho sem nada renegar do passado. Esta é a new school do jazz que segue orgulhosamente a old school. A ouvir no dia 27, no pequeno auditório da Culturgest e pelo preço único de 5€. Aqui ficam algumas das nossas recomendações. Vemo-nos por lá.</div>
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<b>Texto por Francisco Fidalgo</b></div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-10751138402888760162013-01-31T19:49:00.000+00:002013-01-31T19:49:42.651+00:00SUGESTÃO: Toro y Moi - Anything in Return<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvRNK0_88sV_ZyT0DDLQS2OKStldYBhvVRDF_csINJPHSucY1cKZ6t98avS1HbmTtgDtqCv4jJDAahM2RU9BtUII6SY7um2X-NK8GEzppKAS3Mrek_W9BgjxlZZ6KgnSmbNKeZrO4mIkG/s1600/toroymoi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvRNK0_88sV_ZyT0DDLQS2OKStldYBhvVRDF_csINJPHSucY1cKZ6t98avS1HbmTtgDtqCv4jJDAahM2RU9BtUII6SY7um2X-NK8GEzppKAS3Mrek_W9BgjxlZZ6KgnSmbNKeZrO4mIkG/s320/toroymoi.jpg" width="320" /></a></div>
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Tal como 2013 se acaba de estrear, Chazwick Bundick regressa com um novo álbum,<i> Anything in Return</i>, do seu projecto musical actual, Toro y Moi.</div>
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Estamos habituados às misturas efusivas e extravagantes deste rapaz, que nos transporta para atmosferas onde os 80's e o chillwave são reis. Não obstante, este novo álbum mostra-se mais racional no que toca a fidelização de audiência uma vez que nos leva, além do habitual chillwave, para palcos onde ouvimos o telintar do electronic pop e do R&B.</div>
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O mundo está em constante remodelação, mutação e rescisão daí a reinvenção que as artes e outras actividades carecem para acompanharem o galopar de transformações, nas quais a música não é excepção. </div>
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O álbum é composto por 13 faixas diferentes entre si, que por vezes nos levam a um sentido dúbio quanto ao seu fio condutor, no entando , <i>High Living </i> e <i>So Many Details</i> permitem afirmar a passagem do intérprete por 2013.</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/O0_ardwzTrA" width="560"></iframe>
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Estará Chazwick em ruptura com as suas origens? Quererá romper as barreiras de algum nicho musical? São perguntas que cada curioso poderá ver esclarecido ao ouvir <i>Anything in Return</i> de Toro y Moi.´<br />
<b>Texto por Joana Portugal</b></div>
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Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-78879378301964399982013-01-29T20:52:00.001+00:002013-01-29T20:52:28.057+00:00SUGESTÃO: Nick Cave and the Bad Seeds - Push the Sky Away<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnQEQO7Ybxwz1EqHbXtkApCFXOhG8fLtdfR7j-d8uSArl_Ex-XNZUIpjYSAagpsOdpbu8-zt6sQ-Vlhu2n5BnVAqhK1VWGQe7jLuS3Yi2uOpISwA2T32afoBBWmgMAyTZonAUKJ6xUpdrH/s1600/nickcave.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnQEQO7Ybxwz1EqHbXtkApCFXOhG8fLtdfR7j-d8uSArl_Ex-XNZUIpjYSAagpsOdpbu8-zt6sQ-Vlhu2n5BnVAqhK1VWGQe7jLuS3Yi2uOpISwA2T32afoBBWmgMAyTZonAUKJ6xUpdrH/s320/nickcave.jpg" width="320" /></a></div>
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Em Setembro do ano passado, Nick Cave já tinha afirmado que pretendia lançar um disco novo com os Bad Seeds nos primeiros meses de 2013. E aqui está ele. Cerca de quatro anos após “Dig, Lazarus, Dig!!!”, Nick Cave, de volta ao lado dos seus Bad Seeds, vai lançar “Push the Sky Away”. O décimo-quinto álbum da banda sai a 18 de Fevereiro na Europa e um dia depois nos Estados Unidos e estará disponível em várias edições de luxo.</div>
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Desde então, os Bad Seeds divulgaram duas novas canções do seu novo trabalho. “We Know Who U R” e “Jubilee Street”, que já podem ser facilmente encontradas online, acompanhadas de um <i>lyric video</i> para quem quiser seguir a letra. O disco foi produzido com a ajuda de Nick Launay (já conhecido entre nós devido a trabalhos com The Cribs, Talking Heads, Silverchair e Yeah Yeah Yeahs) e foi gravado no estúdio la Fabrique, uma mansão do séc. XIX no Sul da França com paredes preenchidas por discos de vinil. É importante salientar também que “Push the Sky Away” será o primeiro disco sem a presença de Mick Harvey, que era até 2009 o único membro original da banda ao lado de Cave.</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/RYyX1ISE6KQ" width="560"></iframe></div>
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Em entrevista à BBC Radio 6, o australiano afirmou que “Push the Sky Away” será um álbum completamente diferente de tudo o que os Bad Seeds já fizeram, no entanto, enaltece a qualidade do que aí vem dizendo que será um álbum “mesmo bom e muito, muito belo”. Curioso foi também a comparação do álbum a um filho, explicando que “Push the Sky Away” seria como um “bebé-fantasma na incubadora e os <i>loops </i>do Warren o seu batimento cardíaco pequenino e tremido”.</div>
Na minha opinião, penso que este novo álbum é de facto algo mesmo diferente da obra passada dos Bad Seeds. Até agora, nas canções já divulgadas pela banda, falta aquela agressividade de Cave. No entanto, continua com o toque soturno e intrigante característico do Nick Cave que conhecemos. As baladas incómodas características deste senhor continuam presentes no seu novo trabalho, o que nos leva a afirmar que os Bad Seeds estão de volta! Nick Cave and the Bad Seeds irão fazer parte do cartaz deste ano do Optimus Primavera Sound, no Porto. Por enquanto, ainda só é conhecida a confirmação dos ingleses Blur no dia 31 de Maio. A data para o regresso de Cave e companhia às terras lusitanas, ainda não está confirmada. Confirmado está que nós vamos lá estar para vê-lo. E vocês?<br />
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<b>Texto por Francisco Fidalgo</b></div>
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Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-36083560623820855462013-01-27T22:34:00.004+00:002013-01-27T22:39:16.376+00:00ENTREVISTA: Agarrem-se bem, o furacão Capicua veio para ficar.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivXhazD0hdWinhqT1izZZZ33fwbjL96sumECIj_5IRdVDF55Fz-fBg0ctsZayWsHXGTbYurJBhV0tOh1VZok7uxXhhxvd6zE2MqsXPnz-hyxRzTF41Gumr_W14lHT5QGDT1wDLi17g2XJG/s1600/CAPICUA4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivXhazD0hdWinhqT1izZZZ33fwbjL96sumECIj_5IRdVDF55Fz-fBg0ctsZayWsHXGTbYurJBhV0tOh1VZok7uxXhhxvd6zE2MqsXPnz-hyxRzTF41Gumr_W14lHT5QGDT1wDLi17g2XJG/s400/CAPICUA4.jpg" width="400" /></a></div>
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Está um mau tempo do caraças. Chove a potes, está um frio do cacete e a ventania que se faz sentir insiste em levar consigo carros, árvores, animais e sinais de trânsito. Temos visto nos últimos tempos uma série de intempéries cavalares que vão virando as vidas das pessoas ao contrário, deixando cidades inteiras quase no mesmo estado que aqueles guarda-chuvas mutilados que, de vez em quando, vemos pelos passeios. Ventos, trovões e chuvadas caem no meio de nós mudando a nossa vida, a nossa rotina, por nos fazerem ver as coisas que realmente nos importam. Não seríamos humanos se não nos apercebêssemos daquilo que nos importa quando quase o perdemos. E em Portugal anda a pairar uma nuvem daquelas “carregadinhas”, não cinzenta mas cor-de-rosa. Criada algures por entre centros de altas pressões e frentes frias do Alasca, esta tempestade atingiu o norte do país primeiro e tem vindo a deslocar-se, por entre correntes de significado e nuvens de pujança, cobrindo hoje grande parte do nosso Portugal. Causando estragos nas mentes fechadas e nas plantações de comodismo, a Capicua veio para ficar.</div>
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Nunca se percebeu bem quem dá os nomes às tempestades, e nós também nos questionávamos sobre isso, daí querermos saber o porquê de Capicua.<b> “Primeiro porque me chamo Ana, que como qualquer capicua se lê da mesma forma de trás para a frente, mas também porque gosto dessa ideia de “eterno retorno” que fica implícita na circularidade das capicuas e que sugere que todo o fim funciona como um recomeço. Sou muito optimista e identifico-me com essa ideia.”</b> Logo aqui ficamos a ver que isto não se trata de um qualquer aguaceiro. Temos à nossa frente um verdadeiro fenómeno que cada vez mais queremos entender e estudar melhor. Começamos então a dissecar esta força da natureza que vira guarda-chuvas e toldos com a sua personalidade carismática e de valores fortemente vincados. Quando questionada sobre o actual panorama do nosso país, já inundado de injustiça e tristeza, não hesita em trovejar contra a indiferença e o comodismo, <b>“o facto de pela minha formação, familiar e académica, ter sido estimulada para observar e questionar a realidade social e política, faz com que seja tendencialmente sensível ao que se passa. (…) até quem não se interessa minimamente por política, não pode deixar de estar preocupado. As consequências estão patentes na nossa vida quotidiana de forma demasiado gritante para andarmos alienados!”</b> Só com isto já fizemos transbordar o Tejo. Mas todo este dinamismo, toda esta energia, têm lugar na sua música também? Obviamente que sim. Assumindo que procura sempre <b>“incitar ao movimento, à novidade e a essa forma de viver como se fosse sempre o primeiro dia”,</b> Capicua não esconde que isso não é apenas mote musical mas também maneira de viver, pois, referindo-se a toda esta ideia do seize the day , diz-nos que o tenta <b>“(…) praticar na minha vida também”</b>, personificando aquilo que tão bem diz nas suas letras carregadas de energia. Mas de onde vêm todo este furacão da rima? O que construiu esta MC que tem tanto de jovem como de talentosa? Trabalho e dedicação fizeram grande parte, mas todas as influências por trás disso estão bem presentes naquilo que faz tão bem. Apesar de marcada por variadíssimas coisas como <b>“a família (em primeiro lugar, quanto mais não seja por me ter ensinado a língua e pelas referências), a escola, os amigos, a rua, o hip-hop, o cinema, a literatura, etc., etc.,”</b>, Ana destaca a sua “relação com a rua”, nos tempos em que fazia graffiti, como uma parte muito importante na sua definição como rapper, principalmente nas experiências que viveu com os amigos nas ruas e ruelas da Invicta, chegando até a <b>“criar uma ligação quase afectiva e doméstica (que se mantém até hoje) com algumas ruas e praças do Porto, precisamente pelo acumular de todas essas memórias e pela liberdade que representavam, sobretudo durante a adolescência."</b> Mas como acontece com todo o artista, é sempre <b>“impossível separar as coisas”</b> com exactidão e isolar apenas um factor como o mais determinante no que toca a influências. Temos então uma riquíssima convergência de ventos de liberdade, amizade e amor que dizem muito desta verdadeira Maria Capaz.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC4pOM92QHUvzxrOKtEjKkYJFMLmMdTx3fH0FcuateaDW41UhWz_WMyFaHSD0FVGyJqCGq7h-VCLBbBAR8Mij7j2aBCZFFZR4DW-AAtWcn8FhStaPOmdigZjT7-CFSEJRbbu6EtF2x0uIZ/s1600/capicua.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC4pOM92QHUvzxrOKtEjKkYJFMLmMdTx3fH0FcuateaDW41UhWz_WMyFaHSD0FVGyJqCGq7h-VCLBbBAR8Mij7j2aBCZFFZR4DW-AAtWcn8FhStaPOmdigZjT7-CFSEJRbbu6EtF2x0uIZ/s400/capicua.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Como já disse, todos os grandes fenómenos meteorológicos têm sempre nomes femininos como Katrina, Sandy ou até Arminda. Isso é algo habitual nesta área. Mas no mundo do hip-hop já não é bem assim: quase sempre visto como uma área de domínio masculino. Podendo ser um reflexo da abertura de pensamentos e mentalidades destes últimos anos, essa realidade, felizmente, está a mudar, e nomes como o da Ana começam a destacar-se. Mas agora, poderá o facto de vermos uma mulher a cuspir rimas impiedosamente, algo pouco comum até há bem pouco tempo, servir quase como elemento surpresa para atrair a atenção de quem, como nós, guarda o hip-hop bem junto ao peito? A Capicua acha que não é bem assim, e nós concordamos. <b>“Acho que o facto de ser mulher me deu mais visibilidade, pelo exotismo da coisa, mas acho que passado cinco minutos isso já não é importante para quem está a ouvir o disco”,</b> afirma, concordando que o efeito surpresa de ser mulher e rimar como rima, num primeiro instante, atraí pela surpresa da coisa, mas espera, ao mesmo tempo,<b> “ter a capacidade de a cultivar sempre, mesmo quando já for normal ouvir miúdas a cantar rap". </b>Seja como for, os passos que já deu ficaram para sempre registados como os primeiros grandes avanços na introdução da miúda no antigo all-boys club dos MC’s, b-boys e companhia limitada.<br />
Como qualquer tempestade que se preze, a surpresa e a imprevisibilidade caracterizam o trabalho desta talentosa senhora que considera a palavra<b> “o mais importante, até porque foi pela palavra que comecei a gostar de fazer música”</b> mas, mesmo assim, não descarta outras variantes da sua arte como por exemplo o <i>spoken word</i>, que, apesar de ter já explorado um pouco, <b>“é uma das coisas que gostaria de explorar no futuro com mais intensidade".</b> Mas a irreverência não se fica por aí! Podemos até vir a sentir uma forte ventania num futuro próximo, visto que poderá estar em preparação outros géneros musicais com o selo de qualidade Capicua, que nos contou que <b>“escrever letras para outras pessoas e para outros estilos de música, seria uma das formas mais estimulantes para fazer aquilo que mais gosto, evoluindo noutros sentidos”</b> e que <b>“posso dizer que, a esse nível, tenho algumas coisas na manga que prometem surpreender”,</b> deixando no ar uma neblina de suspense que nos deixa já a salivar.</div>
<div style="text-align: justify;">
As previsões que nos tem chegado aos ouvidos pecam por dias solarengos e temperaturas quentinhas, mas as da Ana mostram-nos um novo ano cheio de sol, calor e brisas agradáveis. Começando já em janeiro, podemos esperar, a partir de dia 31, um site novo onde, para além de podermos acompanhar mais de perto a fulgurante carreira desta menina, podemos ainda <b>“fazer o download de toda a minha discografia e do meu último trabalho (a sair no mesmo dia) – a mixtape <i>Capicua goes West</i></b>. <b>São seis faixas, todas com letras inéditas e beats “roubados” ao Kanye West.”</b>. Que delícia!<br />
O mês de Fevereiro também promete temperaturas escaldantes de norte a sul do país com <b>“concertos de apresentação: dia 22 de Fevereiro em Lisboa (na Galeria Zé dos Bois) e dia 1 de Março no Porto (no Plano B). E</b><b>spero continuar a correr o país para tocar ao vivo o disco e a nova mixtape, assim como preparar uma nova edição para o fim do Verão!”</b> , revelando também um novo projecto, ainda em construção, que irá girar à volta de <b>“um disco em formato quase acústico, com versões de músicas minhas e algumas letras novas, acompanhada à viola e beatbox pelo Mistah Isaac e, no scratch, pelo D-One!” </b>O velho ditado dizia que depois da tempestade vem a bonança, mas quem teve essa ideia, de certeza que nunca passou por um tornado como este. Muitos parabéns Furacão Capicua. </div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-40423724893727739642012-12-31T05:43:00.003+00:002012-12-31T05:47:55.301+00:00SEMANA DO APOCALIPSE: Parece que afinal era tudo mentira<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlspz4YayYoZebWppdCli6ABlZIUuMQzFf7LwF38xag9s98Riqo04mo0lyC71JFthGFrYOmywaTLYXkDtFyTv3K1rgG3PQBlJUFAQn4zAkyYTn2xwnncwRFPK8CrObl1oUMIy3IRPAj8-t/s1600/m80thecollection.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlspz4YayYoZebWppdCli6ABlZIUuMQzFf7LwF38xag9s98Riqo04mo0lyC71JFthGFrYOmywaTLYXkDtFyTv3K1rgG3PQBlJUFAQn4zAkyYTn2xwnncwRFPK8CrObl1oUMIy3IRPAj8-t/s320/m80thecollection.jpg" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Parece que afinal era tudo mentira. É dia 31 de Dezembro e ainda estamos por cá. Passada que está esta paranóia meio absurda da profecia maia (na qual também nos incluímos), bem como todas as celebrações natalícias e seus consequentes dias a devorar os restos da doçaria que sobrou, chegam estes momentos de reflexão do final de ano. Seja a olhar para o que se conseguiu finalmente fazer ou para aquilo que se foi deixando passar, muitos serão aqueles que por estes dias vão fazendo contas à vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
Entre filosofar sobre o passado e projectar o futuro, chega-nos uma obra de pura celebração. Não é que seja eu sequer o maior fã da M80, nem isto serve para retribuir-lhes a publicidade, mas a verdade é que <i>The Collection M80 </i>tem tudo para fazer deste dia e do seu <i>réveillon, </i>um dos mais memoráveis de sempre. </div>
<div style="text-align: justify;">
Alguém ofereceu isto à minha mãe há uns tempos e desde então tem sido remédio santo para qualquer festa enfadonha ou viagem de carro mais prolongada. Debitando clássico atrás de clássico, a melhor colectânea da história da música vai serpenteando décadas, surpreendendo pela escolha minuciosa e certeira, servindo na perfeição para acompanhar o momento de libertação e de felicidade transcendente que é a noite de passagem de ano. </div>
<div style="text-align: justify;">
Dos vários hits natalícios como é o caso de <i>Last Christmas </i>dos Wham! e que, por estes dias, ainda fazem sentido, passando pelos melhores êxitos de todos os tempos, dos mais óbvios aos "one hit wonders" mais repescados, tudo é possível em <i>The Collection M80. </i>São exactamente canções lendárias mas igualmente aceleradas como <i>Maniac </i>do grande Michael Sembello, Nena com <i>99 Red Ballons </i>ou até a indespensável <i>Land Down Under </i>dos épicos Man At Work, que nos transmitem o espírito de festa e que levará às mais bizarras e inexplicáveis danças, onde ficará provado que a música é mesmo uma linguagem intemporal. Ou então o álcool é que é mas isso não interessa. O que aqui conta é <i>The Collection M80, </i>uma experiência musical sem paralelo. A melhor das formas de abraçar 2013.</div>
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/MeG-hNXXy6I" width="420"></iframe></div>
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-45636380315494554342012-12-27T18:17:00.000+00:002012-12-27T18:34:28.944+00:00Argumento: Olha por mim - Valter Lobo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgChEEFU40KXx0wzzbBSLV2jytBmfL3RjrD3OcQxSVnQ8QEP47o30ku6mWqwOo1TScFg9CYKScFaqTL9WNGSpDzu3PvVYleBXeToI6xNQhG91yardFz8joTalpRX0T7ja09-swnIiCThijs/s1600/398593_2356521404500_2077338964_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgChEEFU40KXx0wzzbBSLV2jytBmfL3RjrD3OcQxSVnQ8QEP47o30ku6mWqwOo1TScFg9CYKScFaqTL9WNGSpDzu3PvVYleBXeToI6xNQhG91yardFz8joTalpRX0T7ja09-swnIiCThijs/s1600/398593_2356521404500_2077338964_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Estás aí e eu aqui. A tua magia puxa-me para onde estás e nunca te alcanço. Não adormeço sem te ver, mas só te quero tocar. Cheirar. Abraçar. E os dias vão passando e eu desesperando, olhando para infindáveis girar de ponteiros que nunca saem do mesmo sítio. Porque tinha isto de acontecer? Porque é que a vida me empurrou para esta descida inclinada onde caio mas não bato no chão. Fico suspenso na sensação de falta de ar que a saudade traz. Quero chocar com ela de frente e estatelar-me em ti mas o limbo não me deixa. Por favor usa a tua magia para isto passar. Para poder finalmente te ver de novo e poder dizer-te as sinceras mensagens de amor que escreveria no tecto do teu quarto se pudesse. Não passaria um dia em que não acordasses sem te sentires embalada pelo que levo cá dentro. Pelo que faz arder o meu peito. Estou sôfrego por ti mas não o posso mostrar. Mata-me esta sede, por favor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vagueio por palavras soltas que saem pelos semicerrados lábios que carrego todos os dias com a esperança de os poder abrir junto a ti. Preciso que cuides de mim. Diz-me que tudo vai correr como quero que corra. Que a distância vai desaparecer e que finalmente te darei a mão. Preciso que me digas isso. Preciso que me digas qualquer coisa. Não há amanha se não for contigo. Sem o amor que procuro encontrar. Volta depressa. </div>
<div style="text-align: justify;">
As minhas palavras são curtas e repetitivas mas é assim que estou hoje. Pequeno e repetitivo. Preciso de ti. Preciso de ti. Di-lo-ei até te ter, sentada, no sofá onde estou agora. Gritarei por onde o som flutue para que possas ouvir o que te quero mostrar. Pode ser que me oiças. Por favor ouve-me.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Diogo Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09716334057094770481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-29955904035017434832012-12-20T23:23:00.000+00:002012-12-20T23:41:22.367+00:00SEMANA DO APOCALIPSE: Elymar Santos na hora do adeus<!--StartFragment-->
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiglG3GzZySOkKLzB4iPzIemd9keMGzfQY2F9dJeMfRQTnIOFg3LGPwzoXl3GBaPELPk7mP9GFTeZT1don9vRTKmXGcw7c_y7hVP3C_fVUWRsjZrxFfMIQZJlgiW8ZzY_kZFecvKBD27_wu/s1600/s_MLB_v_O_f_184836639_72-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiglG3GzZySOkKLzB4iPzIemd9keMGzfQY2F9dJeMfRQTnIOFg3LGPwzoXl3GBaPELPk7mP9GFTeZT1don9vRTKmXGcw7c_y7hVP3C_fVUWRsjZrxFfMIQZJlgiW8ZzY_kZFecvKBD27_wu/s320/s_MLB_v_O_f_184836639_72-1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apocalipse: chuvas de meteoritos,
catástrofes naturais e invasões de aliens. O mundo tal e qual o conhecemos fica
desfeito e completamente despido daquilo que o tornava o que era, único. Enquanto
muitos de nós irão vaguear doidos pela rua, enquanto bolas de fogo nos vão caindo
nos calcanhares, sem rumo, simplesmente a fugir pela vida, outros estarão
calmos, contemplativos, no fundo de um abrigo subterrâneo onde a distância da
superfície não irá tirar nem um milímetro daquilo que irá encher aquela sala
quadrada. Haverá no ar aquilo que em muitos outros sítios, nesse exacto
momento, irá faltar…uma ligação. E não falamos<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>wifi ou de telefone (essas
tenho a certeza que não estarão lá grande coisa)…falamos de laços humanos.
Ligações afetivas, reconfortantes, quentes, que nos mantêm o que na realidade
somos: humanos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Amor, amizade,
felicidade, tudo isto que temos contido na nossa cabeça irá elevar-nos ao nosso
“nirvana privativo” por entre notas musicais. Isso. A música salvar-nos-á, pelo
menos do esquecimento, já que se os aliens invasores tiverem pistolas laser
podemos mesmo dizer “olá” ao fim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quase tudo o que já existiu teve
uma música que o assinalou. Quase todos os períodos têm um álbum que os
caracteriza. Por isto mesmo é que temos o direito de escolher que conjuntos
de músicas queremos ouvir naqueles que poderão ser os nossos últimos momentos
nesta Terra. Ter o direito de sentir aquilo que ela nos dá, de rever o que ela
nos mostra, afinal de contas somos nós próprios que lhe damos a maior parte do
seu significado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A minha escolha pode parecer
ridícula (e é um bocadinho), até mesmo disparatada, mas calma, isto tem um
objectivo! Então, o álbum que eu escolhia para ouvir nas minhas últimas horas de
existência, o álbum que sentiria as minhas últimas respirações seria, nem mais
nem menos do que… <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Elymar Popular</i> do nosso
irmão brasileiro, o grande, Elymar Santos. É verdade, o estilo de música que me
acompanharia enquanto passava para o outro lado seria música popular/romântica
brasileira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O CD tem como capa um grande
plano do próprio Elymar e só de olhar para ele percebemos que está ali qualquer
coisa de especial. O moreno brasileiro, de cabelo comprido e escorrido, com uma
aura de oleosidade que faria inveja a qualquer bifana que se preze, usa uma camisola
de decote generoso (pelo do peito incluído), expõem com orgulho uma sensual
argola dourada na orelha e olha-nos com um misto de convicção e romancismo
forçado, ora não estivéssemos nos a falar de um genuíno cantor romântico que
nos dá profundas faixas como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Na Boca</i>,
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Terramoto de Amor</i>,<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Subindo Pelas Paredes ou Guerreiros Não
Morrem Jamais</i>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas o que raio é que faz com que
este marmanjo queira ouvir a versão brasileira ainda mais manhosa do que Toy
antes de levar com um meteorito na mona? É que ainda por cima afirma isso a
frente de toda a gente! Com tanta coisa por onde escolher, desde Chopin a
Foals, porquê o Elymar? É simples. A música vai para além de géneros, para além
de notas, acordes ou tendências. Vejo a música com um quadro em branco onde
cada um pinta o que ela lhe diz, e isso não está só escrito em pautas, muito
pelo contrário. Por muito que a música te conduza a estados de espírito,
memórias ou cenários, ela nunca te dirá o que sentir, o que recordar ou o que
imaginar. Tu fazes isso, não o Elymar. E é por isso que esta é a minha escolha.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este CD já me acompanha há muito
tempo, foi dos primeiros álbuns que ouvi por completo no carro do meu pai (nem
quero saber como e que isso lhe chegou às mãos). Lembro-me de viagens longas a
cantar e rir à fartazana com as músicas dele. Mais tarde, com o primeiro vistoso
walkman, foi o Sr. Santos que escolhi para ouvir com os meus amigos em
autênticas sessões de palhaçada, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>onde a
índole erótica de várias destas canções inspiravam “inventivas” coreografias. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Elymar Popular </i>esteve sempre presente em
alturas de felicidade e amizade/amor que partilhei com pessoas que muito me
marcam e marcaram. Sim, as letras podem ser brejeiras e os instrumentais faixas
automáticas de um piano eléctrico manhoso, mas fez me feliz. Fez me feliz pelos
momentos que me proporcionou. Com as pessoas de quem gosto, a fazer coisas de
eu que gosto. Ligou-me a coisas que guardo com orgulho e felicidade. E é por
isso que ouviria este senhor. Que outra maneira seria melhor de chegar ao fim
do que sentindo e relembrando tudo de bom que já houve? Fechar os olhos e ver a
alegria com que cantava <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Escancarando de Vez</i>
com os meus amigos durante os intervalos no Inverno em que não dava para partir
vidros nem esfolar joelhos lá fora. Fechar os olhos e ver um Renault Laguna
abafado pelo cantar sentido e caricato do coro que fazia com o pai e a mãe.
Tudo isso, na minha opinião, é um excelente exemplo do que a vida é, do que a
torna boa. Momentos. Com as pessoas que amamos. Haverá fim melhor que esse? Não
me parece.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nota: Este sujeito existe mesmo!
Não existem em pesquisá-lo na net, de certeza que terão uma surpresa no mínimo…
engraçada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b>Texto por Diogo Lopes</b></div>
<!--EndFragment-->
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8630473725570025998.post-79359118264276511052012-12-20T18:15:00.003+00:002012-12-20T18:15:44.480+00:00SEMANA DO APOCALIPSE: Tornados, volcanos, explosões e Damien Rice<!--StartFragment-->
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bzAylGRbXX1BkFo_ACemEHO7Rsz8meB7mtRnmFNQFDvO4vHKTLWWi-zvu9cW-BR9SDdUygObxn76x77IhMu0yL7PFb5s4qaREVTOXXBNFJiiG1f7k0DUjPlqAIcFzgVoXKlTeBlbnKcS/s1600/damienaa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bzAylGRbXX1BkFo_ACemEHO7Rsz8meB7mtRnmFNQFDvO4vHKTLWWi-zvu9cW-BR9SDdUygObxn76x77IhMu0yL7PFb5s4qaREVTOXXBNFJiiG1f7k0DUjPlqAIcFzgVoXKlTeBlbnKcS/s320/damienaa.jpg" width="308" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Quero imaginar o mundo a desabar.
Quero imaginar a chuva a esbater-se sobre mim, os tornados a brincar entre si.
Quero imaginar os trovões que explodem quando só a música se faz ouvir mais
alto. Quero imaginar a desordem, o asfalto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O chão treme, os prédios entram
pelo subsolo como se fossem apanhar o metro. Ouço o álbum <i>O</i>, de Damien Rice.
Começaria por ser <i>Delicate</i> a minha última estadia no planeta. Não me canso de
cair, a água sobe e alcança a altura do meu peito. Recordo, <i>I Remember</i> acompanha-me. Lembro os sorrisos forçados, as palavras perdidas, os abraços não
dados e todas as despedidas. “Volcano” junta-se à destruição, mas faz-me
sorrir, faz-me querer ser destruído. E nada é em vão. A natureza cede, a neve
está cada vez mais fria. <i>Cannonball</i> toca como que a dar-me a mão. As músicas
dão a mão. Eu agarro porque as quero ouvir, porque vou parar e estagnar. Vou
ser um nada, mas irei viver. Não num planeta qualquer, este já ninguém quer.
Irei nascer numa música e, aí, o mundo só acabará se eu deixar de tocar, “and
so it is”…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b>Texto por Dário Alexandre</b></div>
<!--EndFragment-->
Afonso Ribeiro de Sousahttp://www.blogger.com/profile/14924620778056422047noreply@blogger.com0